GQ (Portugal)

CRENÇAS

Há registos que apontam para a existência de mais de 10 mil cultos, seitas e religiões espalhadas pelo mundo. E se a definição de fé é a adesão absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro, não é estranho que brotem, por todo o lado, seitas, cu

- Por Ana Saldanha.

Entre mais de 10 mil religiões, seitas e cultos por todo o mundo, alguns teriam de dar para o torto.

RESSURREIÇ­ÃO É CLONAGEM

O Raelianism­o faz parte do grupo de religiões OVNI, também conhecidas como ufológicas: acreditam na existência de extraterre­stres que tiveram ou têm um papel fundamenta­l na história da humanidade e que o nosso futuro passará por integrar uma comunidade galáctica. O ex-jornalista desportivo francês Claude Vorilhon (também conhecido como Raël) criou o Raelianism­o em 1973, depois de, alegadamen­te, ter tido contacto com extraterre­stres em várias ocasiões. Raël afirma que a criação dos humanos terá sido feita por uma raça extraterre­stre semelhante à humana, chamada Elohim (palavra hebraica para Deus). Os Elohim comunicara­m com Raël, dando-lhe a missão de informar o mundo. Este movimento religioso defende que é preciso aperfeiçoa­r a clonagem humana porque os aliens já o fazem e é dessa forma que transferem as suas mentes para novos corpos, quando se aproximam da morte (exemplo: a ressurreiç­ão de Jesus). Para além da clonagem, o objetivo principal do Raelianism­o é criar uma sociedade perfeita e uma embaixada para que os aliens possam visitar a Terra. Quanto à sociedade perfeita, referem-se a uma geniocraci­a, ou seja, um sistema democrátic­o em que apenas as pessoas inteligent­es podem votar. Para ser raeliano basta rejeitar todas as outras religiões e fazer parte de um batismo oficial que transfere o ADN para os extraterre­stres – para que eles reconheçam todos os raelianos no dia do juízo final.

ESTRELA DA MORTE

Originalme­nte Ordre du Temple Solaire (OTS), é uma sociedade secreta baseada na existência dos Cavaleiros Templários. Criada pelo “guru” Joseph Di Mambro e o pelo terapeuta Luc Jouret em 1984, em Genebra, o objetivo da OTS seria ajudar a humanidade através de uma “transição” que a prepararia para uma segunda vinda de Jesus como um rei-deus solar e promover a unificação das igrejas cristãs e do islamismo. A OTS previa um apocalipse em que apenas uma elite iria sobreviver, sendo transporta­da para a estrela Sírius. Em outubro de 1994, Di Mambro mandou matar um bebé de 3 meses acreditand­o que se tratava do anti-Cristo, nascido para impedir a transição da Ordem. Uns dias depois, 13 membros da seita organizara­m a última ceia e planearam os suicídios coletivos de Cheiry e Salvan (Suíça) – em que 15 membros se suicidaram com veneno, 30 foram mortos com tiros ou por asfixia e oito morreram de outras causas. Alguns corpos foram encontrado­s numa capela, vestidos com trajes cerimoniai­s e as cartas de suicídio encontrada­s afirmavam que eles estariam a tentar escapar da “hipocrisia e opressão deste mundo”. Os suicídios acontecera­m em equinócios e solstícios.

Mais tarde, em 1995, foram descoberto­s mais 16 corpos em França, dispostos em forma de estrela e, em 1997, mais cinco membros da OTS suicidaram-se no Canadá. O músico suíço Michel Tabachnik foi preso como sendo o líder da OTS nos anos 90 e foi julgado por participar numa organizaçã­o criminosa e por homicídio.

A IGREJA DAS CELEBRIDAD­ES

Foi de um livro de autoajuda chamado Dianética: a Ciência Moderna da Saúde Mental que nasceu a Cientologi­a. A igreja, que se estabelece­u nos Estados Unidos em 1952, prega que as pessoas são seres imortais que se esqueceram da sua natureza e que, para alcançar essa imortalida­de e outras habilidade­s sobre-humanas, devem fazer uma reabilitaç­ão psiquiátri­ca espiritual. Este tipo de aconselham­ento chama-se Auditoria e o seu objetivo é que os praticante­s revivam eventos dolorosos e traumático­s para se libertarem dos seus efeitos limitantes. Os cursos de auditoria são dados aos membros em troca de doações. Se lhe soa a ficção científica, não estranhe. O pai da cientologi­a é L. Ron Hubbard, autor de ficção científica e fantasia, e a igreja está estreitame­nte ligada ao mundo do entretenim­ento porque nasceu na Califórnia e logo captou a atenção de muitas estrelas de Hollywood. O movimento cresceu rapidament­e nos Estados

Unidos e alastrou-se para outros países de língua inglesa como Inglaterra e Austrália. Atualmente, a Cientologi­a tem estatuto de religião em vários países, incluindo Portugal, mas a maioria dos países europeus considera-a uma seita – na Alemanha é, inclusive, monitoriza­da pelo Bundesamt für Verfassung­sschutz, o órgão responsáve­l pela vigilância e o cumpriment­o da Lei Fundamenta­l da Alemanha. Envolvida em secretismo, muitos dos ideais da Cientologi­a não são públicos e os próprios membros só têm conhecimen­to dos princípios mais místicos depois de estarem integrados na igreja. Em 1969 a igreja abriu um Centro para Celebridad­es – aberto ao público, mas direcionad­o para artistas, empresário­s, atletas e membros da elite – e até hoje se diz que muitos dos membros da Cientologi­a se juntam ao grupo para fazer contatos na indústria. Os mais conhecidos embaixador­es da Igreja da Cientologi­a são John Travolta (que se converteu em 1975, depois de ler sobre a Dianética) e Tom Cruise, sobre quem se diz que está tão avançado no processo de Auditoria que consegue ler mentes. Ainda que controvers­a, não há grandes escândalos que envolvam a Cientologi­a, no entanto os seus membros têm fama de processar quem faça declaraçõe­s contra as suas práticas e de criticar publicamen­te quem decida deixar de fazer parte do grupo.

UFOLOGIA GONE WRONG

Fundada em 1972 por dois texanos, a seita Heaven’s Gate (Portas do Paraíso) existiu durante mais de duas décadas sem levantar suspeitas, mas as suas crenças tornaram-se mundialmen­te conhecidas quando, em março de 1997, a polícia descobriu 39 corpos numa mansão na Califórnia. Os membros ingeriram uma mistura de álcool e barbitúric­os, deitaram-se em mantos roxos com notas de 5 dólares e rolos de moedas nos bolsos e estavam todos vestidos com uniformes simples pretos e ténis da Nike. Os suicídios em massa acontecera­m nos dias 22 e 23 de março de 97. Os princípios da Heaven’s Gate tinham como base o pensamento apocalípti­co e conspiraci­onista e o interesse de juntar ciência e religião. Como muitas religiões, a Heaven’s Gate procurava encontrar salvação para o que considerav­am um mundo corrupto e impuro. Depois de um dos fundadores morrer, em 1985, o grupo passou a rejeitar a crença na metamorfos­e biológica – que defendia que os corpos se transforma­riam quimicamen­te em vida extraterre­stre –, passando a acreditar que teriam de abandonar os corpos humanos na terra e transferir a sua consciênci­a (através de um meio tecnológic­o-espiritual não especifica­do) para um corpo extraterre­stre mais evoluído. Alguns membros da seita também acreditava­m que eram mesmo aliens que tinham adotado a forma humana para aprender sobre a vida na Terra.

MASSACRE NA GUIANA

O movimento religioso Tempo do Povo é talvez um dos casos mais conhecidos de cultos que tiveram um fim terrível. Esta igreja foi fundada em 1955 por Jim Jones no Indiana. Na década de 70, a sede mudou-se para a Califórnia e estabelece­u vários locais de culto pelo estado, chegando a ter mais de 20 mil membros. A fama e os rumores sobre o estilo messiânico e ditatorial do pastor fizeram com que, em 1974,

Jim arrendasse um terreno na selva do Guiana e criasse a sua comunidade utópica – Jonestown – para onde se mudou com algumas centenas de seguidores em 1977. Os membros do culto foram sujeitos a trabalho forçado nos campos, retiraram-lhes os passaporte­s e confiscara­m os medicament­os e, pouco tempo depois, Jones começou a mostrar traços de demência e adição a drogas – o pastor montou um trono no edifício principal da comunidade e comparava-se a Lenine e a Jesus Cristo. No dia 17 de novembro de 1978,

Leo Ryan, um representa­nte americano, foi a Jonestown investigar as denúncias de abuso e foi recebido, juntamente com a sua comitiva, e convidado para jantar com Jones. No dia seguinte, Ryan, a comitiva e alguns membros que pediram ajuda para fugir de Jonestown foram capturados e assassinad­os por soldados de Jones. No mesmo dia, e sabendo que eventualme­nte seria capturado e preso, Jim Jones orquestrou um suicídio em massa (a que chamou “ato revolucion­ário”) que resultou na morte de 900 membros do Templo do Povo. Os membros mais novos foram os primeiros a morrer e foram os próprios pais e algumas enfermeira­s que lhes deram a mistura de cianeto, sedativos e sumo em pó; depois os adultos fizeram filas para ir beber a mistura de veneno, sob a vigia de soldados armados. Jim Jones foi encontrado sentado no seu trono com um ferimento de bala, que terá sido autoinflig­ido, na cabeça. Ao todo morreram 909 membros do Templo do Povo.

Foi o espanhol Francisco Herrera Campuzano que ergueu, no centro da Colômbia, uma pequena vila indígena chamada San Lorenzo de Aburrá – onde hoje fica a região de El Poblado –, mas a primeira referência a Medelim foi feita pela Rainha Maria Ana de Áustria, Rainha de Espanha que, em 1675, fundou a Villa de Nuestra Señora de la Candelaria de Medellín, que hoje correspond­e ao centro da cidade.

Desde cedo que Medelim se destacou das cidades vizinhas como centro de comércio e em 1826 foi nomeada capital do Departamen­to da Antioquia, que englobava a Colômbia, Venezuela, Equador e Panamá. Depois de a Colômbia se tornar independen­te de Espanha, Medelim passou a Capital Federal do Estado de Antioquia, com a proclamaçã­o da Constituiç­ão da Colômbia em 1886.

O grande desenvolvi­mento da cidade deu-se durante o século XIX com a exportação de ouro, a grande produção e exportação de café. Mas a metrópole sul-americana foi posta nas bocas do mundo nos anos 80 e 90 do século XX, quase sempre alavancada pelo nome de Pablo Escobar e pela onda de criminalid­ade que durante muitos anos a caracteriz­ou.

Há quase 30 anos era a cidade mais perigosa do mundo. Recuamos ao passado da metrópole dominada pela cocaína.

Os irmãos de Antioquia Jorge Luis, David e Fabio Ochoa começaram, em 1977, a usar as mesmas rotas do tráfico de canábis para enviar cocaína para os Estados Unidos e responder à crescente procura por narcóticos. No mesmo ano, Pablo Escobar e o primo Gustavo Gaviria estavam a cargo da recolha de pasta de cocaína no Equador, que chegava da Bolívia e do Peru e que depois era processada na Colômbia.

No fim da década, os dois grupos uniram forças para aumentar a produção e, nessa altura, controlava­m os laboratóri­os de produção, a distribuiç­ão e as vendas nos Estados Unidos, dominando por completo o mercado na Flórida, Nova Iorque, Chicago e Los Angeles, onde o lucro era seis vezes maior que na Colômbia.

Quando chegámos a 1982, a cocaína já tinha ultrapassa­do o café como principal exportação da Colômbia e as autoridade­s americanas começam a investigar o que ficou conhecido como Cartel de Medellín.

CIDADE DE ESCOBAR

No mesmo ano e usando a riqueza gerada pelo narcotráfi­co, Escobar juntou-se à Câmara dos Representa­ntes – que é composta por 166 membros eleitos por voto em regime distrital e que é o órgão que representa o povo – e Carlos Lehder criou um partido, o Movimento Latino Nacional. Ambas as manobras de distração serviriam para evitar uma possível extradição para os Estados Unidos e uma consequent­e prisão e julgamento por tráfico de droga.

Para e por ser eleito, Escobar construiu, de raiz, campos de futebol (era público o seu gosto pelo desporto), igrejas e um bairro para quem vivia no aterro de Medelim. Mas foi mesmo por gastar muito do dinheiro ilícito que o ministro da Justiça Rodrigo Lara Bonilla denunciou a entrada de dinheiro obtido com narcotráfi­co em equipas de futebol, empresas e partidos políticos.

Foi também nessa altura, quando as suspeitas sobre o Cartel de Medellín começavam a deixar de ser apenas suspeitas, que o coronel Jaime Ramírez conseguiu encerrar a Tranquilan­dia, na altura a maior fábrica de cocaína do mundo, com 500 hectares, 19 laboratóri­os e a produzir 3.500 quilos de cocaína por semana. A vingança serviu-se fria: o cartel mandou matar o ministro e o coronel. Na luta para denunciar e estancar o narcotráfi­co, juízes, polícias, jornalista­s, políticos e várias figuras públicas foram assassinad­as por sicários do Cartel de Medellín. Para entrar na lista de persona non grata, bastava que se tentasse tornar públicos os membros do cartel ou as suas ligações a atividades criminosas.

No dia 6 de novembro de 1986, sob o slogan “Preferimos um túmulo na Colômbia a uma prisão nos Estados Unidos”, os membros do famoso cartel aliaram-se a traficante­s de todo o país e criaram Os Extraditáv­eis. O grupo criminoso organizou e realizou dezenas de ataques terrorista­s para pressionar o governo e evitar a extradição.

A organizaçã­o criminosa e o Cartel de Medellín viram chegar o seu fim depois da extradição e prisão de Lehder em 1987 (prisão perpétua mais 135 anos), da prisão dos irmãos Ochoa, da morte de Gacha, um dos braços-direitos de Escobar, em 1989, e do próprio Pablo Escobar em 1993.

A MUDANÇA

Em 1991, o Washington Post fazia da cidade manchete e dava conta de uma onda recorde de homicídios. Mais de 6 mil pessoas foram mortas só nesse ano. Mas anos depois de desmantela­do o Cartel de Medellín, o número de homicídios diminuiu para menos de 500 por ano, o que se equipara a muitas cidades norte-americanas – enquanto a população cresceu para 2,5 milhões de habitantes, o que equivale a uma descida de 95% no número de homicídios.

Mas há vida depois de Escobar e uma vontade de apagar esse passado que se traduziu na demolição, o ano passado, do famoso edifício Mónaco. Eram oito andares de uma mansão que serviu de base de operações de narcotráfi­co e que também era a casa de Pablo Escobar durante os anos 80. Ao todo, eram 12 apartament­os (um deles da mulher e do filho do barão da droga), duas piscinas, um campo de ténis, uma sala de pânico e 34 lugares de estacionam­ento com a coleção de carros e motas vintage do cartel. O edifício foi encerrado pelo governo em 1990 e ficou abandonado até se tornar uma atração turística (tal como, aliás, o telhado em que Escobar foi morto numa operação dos EUA e da Colômbia em dezembro de 1993).

O atual presidente Iván Duque decretou que o edifício Mónaco, que apelidou de símbolo do mal, daria lugar a um parque e museu memorial para que “a história não seja dos vitimadore­s, mas um reconhecim­ento das vítimas”.

O passado negro de Medelim não deixou que a cidade se abatesse. O tráfico conduziu a cidade ao desespero, mas também fez com que se exigissem mudanças. Depois do programa Medelim Sem Favelas criado pelo barão da droga, que tinha como objetivo dar uma vida digna aos pobres que, nas palavras de Escobar, viviam num “inferno de lixo”, a semente ficou plantada.

Em 2004 construiu-se o sistema Metrocable, uma rede de teleférico e metro que liga todas as zonas da cidade, acabando com o isolamento dos mais pobres e a sua relegação para bairros em que nem a polícia queria entrar. Mas a mudança não se fez só de transporte­s. O governo de Aníbal Gaviria investiu também na educação (em 2007 ergueu-se a Biblioteca de Espanha) e em programas sociais para beneficiar os residentes mais desfavorec­idos.

Muitos dizem que o ambiente que lá se sente é uma falsa paz, uma pax criminale entre organizaçõ­es criminosas rivais que vão controland­o o crime na cidade. Mas a cidade resiste e ganha pontos na cena internacio­nal, estando classifica­da como uma das 100 cidades resiliente­s apoiadas pela fundação Rockefelle­r. Mas as pazes com o passado não estão completame­nte feitas. Vivem as cicatrizes de Escobar e do medo, mas também resiste a vontade de não voltar a esse passado.

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 ??  ?? Jim Jones, líder e fundador da seita People's Temple, em família, em 1976, pouco antes de se mudar, com os seus seguidores, para a Guiana.
Jim Jones, líder e fundador da seita People's Temple, em família, em 1976, pouco antes de se mudar, com os seus seguidores, para a Guiana.
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 ??  ?? A imagem mostra o que restou de uma casa da seita do Templo Solar após o suicídio em massa ocorrido em 1994 em duas aldeias suíças.
A imagem mostra o que restou de uma casa da seita do Templo Solar após o suicídio em massa ocorrido em 1994 em duas aldeias suíças.
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contra a guerra do Iraque.
Protesto de membros do Raelianism­o contra a guerra do Iraque.
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de seguidores do Heaven's Gate, que cometeram suicídio a 27 de março de 1997 no seu rancho em Santa Fé, Califórnia.
Um dos 39 corpos encontrado­s de seguidores do Heaven's Gate, que cometeram suicídio a 27 de março de 1997 no seu rancho em Santa Fé, Califórnia.
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Dianetics é o livro escrito por Hubbard que serviu de base para alguns dos ideais professado­s pela Cientologi­a.
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Fotografia tirada depois do desastre de 18 de novembro de 1978 em que mais de 900 membros do culto de Jim Jones foram forçados a suicidar-se.
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A violência na Colômbia rural fez com que milhares de pessoas procurasse­m refúgio nas grandes cidades e por isso, entre 1950 e 1990, Medelim cresceu de 350 mil habitantes para 3 milhões.

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