MAYRA ANDRADE
O que é que achas que nunca devia mudar? O melhor que existe no ser humano: a capacidade de amar. E se resgatarmos a criança que vive em nós, talvez consigamos olhar para tudo com outros olhos. Alimentar o amor incondicional por nós mesmos e pelo próximo parece inalcançável, mas poderia ser uma das maiores conquistas da nossa vida. Amar tudo o que é vivo e respeitar o mundo à nossa volta como a nossa única casa. Nunca deveríamos deixar de nos ver no outro e de ver o outro em nós.
O que é que é preciso mudar já? Uma das coisas é a nossa falta de sensibilidade ao que acontece no mundo, sobretudo quando é longe da nossa casa ou quando o outro não se parece connosco. Constantemente expostos à injustiça, acabamos por viver em letargia. Mudar a forma como olhamos para o outro e para a própria mudança. Perceber que a verdadeira mudança não virá apenas de uma decisão política, mas que ela depende sobretudo de cada um de nós.
E qual é o primeiro passo para a mudança? A educação, priorizar o bem comum, repensar modelos socioeconómicos obsoletos e investir mais tempo na nossa espiritualidade, seja ela qual for.
O que é que mudavas em ti? Aos 35 anos tenho lutado para mudar coisas que estão profundamente vincadas em mim. Crescer dói. É como desaprender a andar para aprender a andar novamente, com melhor postura, mais equilíbrio e maior liberdade. Tenho trabalhado nisso porque quero ser feliz, mais otimista, mais paciente e mais altruísta também.