HUGO MESSIAS
Fala-nos de um momento em que sentiste mudança. Muitos momentos me vêm à cabeça, mas talvez o mais universal seja o momento em que sais de casa dos teus pais (pelas mais diversas razões). Inevitavelmente começas a ver o mundo de uma outra maneira e isso muda-te.
O que é que é preciso mudar já? E qual é o primeiro passo para essa mudança? Diria o sistema de ensino atual. Por um lado, temos um plano de estudos movido por interesses políticos, que tem um ciclo de cinco anos ao fim dos quais se tem de mostrar por números (cada um escolhe o seu) que o nível de literacia ou conhecimento aumentou. Isto leva a uma sobrecarga de matéria curricular (e muitas vezes para ser “palha” ou para “encher chouriços”) a que os professores não dão vazão sem se levar ao extremo, mas também a um sistema de facilitismo. Por outro lado, temos uma sociedade que a tenra idade é obrigada a decidir o que quer fazer nas décadas seguintes e que é avaliada universalmente para isso. Hoje em dia, vários estudos mostram que cada indivíduo tem o seu historial familiar e social que determinará o seu sucesso neste sistema, o que o faz deixar de ser igualitário por essas razões. É algo que não se resolve com dar dinheiro a quem tem menos ou com escola gratuita. O primeiro passo é reconhecer que este sistema não funciona, mas que há outros já propostos, e até em funcionamento em Portugal, que têm de ser levados a sério.
O que é que achas que nunca devia mudar? A procura da mudança e o que a move. Se deixar de haver curiosidade ou de se buscar soluções, deixaremos de ter revoluções no entendimento do Universo. Se deixarmos de procurar novas emoções e modos de nos expressarmos, deixaremos de ter nova música para ouvir em loop ou dança ou desporto para libertar o que nos v ai cá dentro. A lista é enorme...
O que é que mudavas em ti? Outra lista grande, mas gostava de ser mais indiferente a certos temas. Nem sempre temos de concordar em tudo e não se pode agradar a Gregos e a Troianos.