O FUTURO É DE QUEM SONHA
Imagine que uma grande e prestigiada marca de automóveis pede a crianças até aos 16 anos que sonhem e que desenhem os seus sonhos em forma de máquinas. Foi isso mesmo que a Rolls-Royce fez. Os resultados estão à vista.
FANTASIA (Turtle Car)
Por Florian, 16 anos, França. Inspirado pelas tartarugas terrestres e marinhas, o Turtle Car pode transportar os seus ocupantes na terra e na água – e não só: também pode voar.
Era abril de 2020, a pandemia alastrava rapidamente por todo o planeta e nações inteiras eram votadas ao confinamento. Vivia-se então aquele período assustador e cheio de dúvidas – como se as dúvidas, hoje, já tivessem desaparecido – em que, sem se saber o que fazer para escapar ao maldito vírus e tentar impedir que ele se propagasse ainda mais, as pessoas, no geral, se fecharam em casa à espera de novas ordens.
Sabendo que as crianças do mundo inteiro representavam uma fatia substancial dessas pessoas, a Rolls-Royce teve uma ideia: lançar um concurso de design para os mais novos. Foi assim que surgiu a Rools-Royce Young Designer Competition, que desafiou crianças e jovens até aos 16 anos a criar o Rolls-Royce dos seus sonhos. A adesão foi de tal ordem que a marca alargou o prazo do concurso para poder receber todos os trabalhos criativos dos interessados. Não usamos o termo “criativos” levianamente nem como eufemismo: foram mesmo criativos, nalguns casos muito para lá daquilo
MENÇÕES HONR OSAS:
Rolls-Royce Bolt, por Declan, 10 anos, Reino Unido; Rolls-Royce Prosperity, por Tim, 9 anos, Alemanha; Rolls-Royce House of Esperanto, por Alisa, 6 anos, Rússia.
que poderíamos esperar. Estaremos, quem sabe, diante de visões do futuro. No mínimo, o resultado final demonstra a imaginação fervilhante de uma geração que, de repente, se viu impedida de levar a vida normal a que todas as crianças aspiram.
A fim de quatro meses de apreciação, o júri da Rolls-Royce chegou a decisões. À partida, e para não constranger a impressionante criatividade dos pequenos designers, não foram criados parâmetros nem categorias, ou sequer foram dadas referências. Os participantes tiveram total liberdade para imaginar e desenhar. No fim, e após a avaliação dos trabalhos, o júri apercebeu-se da emergência de quatro categorias: Ambiente, Tecnologia, Fantasia e uma quarta que podemos traduzir por “diversão”, mas que no original é Fun. Houve ainda três menções honrosas para trabalhos que o júri não conseguiu categorizar, mas que deixaram uma impressão muito vincada. Os trabalhos vencedores tiveram como prémio uma viagem de Rolls-Royce até à escola – nessa viagem, os vencedores podiam fazer-se acompanhar de um amigo. Todos os premiados – vencedores e menções honrosas – tiveram direito a uma versão redesenhada e renderizada dos modelos enviados.
Aqui fica a lista dos vencedores e os respetivos trabalhos. Quanto ao futuro da Rolls-Royce, protótipos não lhe faltam. Nada como imaginar em liberdade, mesmo que estejamos confinados.
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