O tempo das nossas vidas
ESPECIAL REERIMOS O NOSSO PLAFOND.
Os números aqui apresentados foram recolhidos de vários estudos estatísticos e refletem médias estabelecidas a partir da esperança média de vida em países como o Reino Unido, os Estados Unidos da América e Portugal. Não adianta somar os números para concluir que vivemos, em média, 132 anos. O que aqui se apresenta são tendências estimadas que nos ajudam a olhar para o bolo das nossas vidas partido em fatias de diferentes espessuras.
A DAY IN THE LIFE
●Gastamos, no Ocidente, três anos das nossas vidas nas redes sociais.
●Passamos 10.625 dias a olhar para ecrãs de dispositivos tecnológicos – de smartphone, de computador, etc. Estes 10.625 dias são 29 anos e um mês, mais ou menos.
●Segundo a Universidade Texas A&M, um americano médio passa 38 horas por ano parado no trânsito (em grandes metrópoles, como Los Angeles ou Chicago, esse número pode ultrapassar as 60 horas anuais).
●Segundo um estudo norte-americano, passamos 27 dias da nossa vida à espera de transportes públicos.
●Ou seja, caso uma pessoa tenha
de se deslocar (para o trabalho, por exemplo) durante 30 anos, 38 horas por ano representam 47 dias e meio. Conclusão: mais vale esperar pelos transportes públicos, desperdiça-se menos tempo de vida.
● Em Portugal, o cidadão comum dedica, em média, cinco minutos por dia a uma atividade espiritual, como rezar. São cerca de 30 horas por ano. Ao fim de 60 anos são 75 dias inteiros.
●Em relação ao exercício físico, os estudos divergem: uns apontam para meio ano de exercício ao longo de uma vida inteira; outros vão mais longe e dizem que nos exercitamos, em média, durante um ano e quatro meses.
NA CASA DE BANHO
● Se seguirmos as recomendações dos dentistas e escovarmos os dentes duas vezes por dia, durante dois minutos de cada vez, gastamos 83 dias de vida a lavar os dentes.
● Já no duche passamos o dobro do tempo, se demorarmos em média oito minutos diários: são 166 dias da vida que vão pelo ralo.
● Os homens passam cerca de 285 dias da sua vida na sanita. As mulheres gastam por volta de 225.
VIVER DESCANSADO
● Segundo a OCDE, 26 anos da nossa vida são passados a dormir.
● Mas isso não é o pior: um estudo canadiano diz que gastamos sete anos deitados na cama a tentar adormecer.
● Passamos ainda 7.709 dias da nossa vida sentados (em casa, no trabalho, no carro), o que corresponde a pouco mais de 21 anos. Cruzando os estudos e a não ser que aproveitemos para dormir enquanto estamos sentados, começamos a perceber que talvez a nossa vida não seja tão preenchida quanto pensávamos.
● Passamos três anos em férias – a maior parte dos quais, está bom de ver, são gastos ora sentados, ora a dormir, ora acumulando ambas as funções.
● Quanto a lazer, os portugueses apresentam bons números: são 61 dias por ano, no total, dedicados ao que nos dá prazer, à razão de quatro horas por dia. Ao fim de uma vida, dá por volta de 11 anos de lazer. Nada mau.
À MESA
● No Reino Unido, o cidadão comum passa quatro anos e seis meses a comer.
● Os portugueses passam cinco anos e dois meses à mesa, a comer e a beber.
● Um norte-americano médio gasta quatro anos e quatro meses em refeições. Não é à toa que inventaram o conceito de fast food.
CONSUMO LIBIDINOSO
● Passamos 117 dias da nossa vida a ter sexo. Acha este número exagerado? Pense bem.
● Excluindo aqueles que são fruto do prazer autoinfligido, os orgasmos perfazem um total de nove horas na vida de um homem, à média de 12,4 segundos por evento.
● Na mesma modalidade, ou seja, sem ser a solo, as mulheres, cujos orgasmos são mais duradouros do que os dos homens, têm apenas uma hora e meia de plena satisfação ao longo da vida. Alguma coisa não anda a ser bem feita.
● Agora, sim: a masturbação. Segundo o PornHub – sim, sim, claro que não sabe o que é o PornHub, nós explicamos: é uma plataforma digital dedicada à pornografia, pronto –, os utilizadores permanecem, em média, 10 minutos e 13 segundos por dia no site. São dois dias e meio por ano (os números para os teenagers são, sem surprel sa, bastante superiores: são 10 meses ao longo da adolescência). No fim da vida e em média, um ser humano terá passado mais tempo a ver pornografia do que a praticar sexo com outras pessoas.
HOMENS VS. MULHERES
● As crianças com menos de 6 anos exigem dos seus cuidadores muito tempo, logicamente. Mas esse tempo ainda não é distribuído equitativamente: as mulheres gastam cerca 100 minutos por dia, enquanto os homens não despendem de mais de 27.
● Os homens queixam-se frequentemente do tempo que passam à espera que as mulheres se despachem, que acabem de se arranjar, de se maquilhar, de escolher a roupa, enfim, de acharem que estão suficientemente bem para se apresentarem ao mundo. Com razão? Sem razão? No total, cada mulher gasta, em média, 136 dias a arranjar-se ao longo da vida.
●Os homens investem 46 dias com a mesma finalidade (e, especulamos nós, 70% desse tempo é passado à procura do raio da outra meia, onde é que ela se enfiou, parece que se evaporam).
●Os homens gastam quatro meses das suas vidas a fazer a barba. Bom, isto é uma média. Basta uma incursão pelo centro das nossas cidades para se perceber que talvez não seja bem assim.
● Uma mulher despende um ano
da sua vida a escolher roupa para comprar (passando oito anos e meio às compras).
● As mulheres investem também nos cuidados com o cabelo: é um ano e cinco meses de dedicação ao longo da vida. Os portugueses passam, em média,
● 38,2 anos a trabalhar: os homens 39,6 anos; as mulheres, 36,8 anos. Porém, se falarmos em trabalho não remunerado – por exemplo, nas tarefas domésticas –, os papéis invertem-se (o mais dramático é que não constitui surpresa). As mulheres passam, em média, cinco horas e 46 minutos por dia em tarefas não remuneradas, enquanto os homens gastam nessas tarefas pouco mais de hora e meia. ●
Excluindo aqueles que são fruto do prazer autoinfligido, os orgasmos perfazem um total de 9 horas na vida de um homem, à média de 12,4 segundos por evento