Omega: meio século do Silver Snoopy Award
HÁ ANOS A FRASE “HOUSTON TIVEMOS AQUI UM PROBLEMA” ECOOU PELO ESPAÇO ATÉ SE FIXAR NA MEMÓRIA COLETIVA FELIZMENTE A OMEGA ESTAVA LÁ E CORREU TUDO BEM
A11 de abril de 1970, às 19h13 UTC, o voo espacial Apollo 13 era lançado do Centro Espacial John F. Kennedy, no Cabo Canaveral, na Flórida, Estados Unidos da América. A bordo da nave espacial, seguiam três tripulantes: o comandante Jim Lovell, o piloto de módulo John Swigert e o piloto de módulo lunar Fred Haise.
A missão do Apollo 13 era chegar à Lua, alunar e, uma vez mais, explorar a superfície do satélite natural da Terra. O comandante Jim Lovell participava pela segunda vez numa missão lunar. Da primeira vez, a bordo da Apollo 8, acabou por não concretizar os seus intentos.
OMEGA, O RELÓGIO DO ESPAÇO
Os astronautas das missões espaciais da NASA usavam relógios Omega desde que, em 1965, o Speedmaster foi declarado oficialmente “qualificado para todas as missões de voo pilotadas por pessoas”. A bordo da Apollo 13, os três tripulantes estavam devidamente equipados, cada um com o seu Omega Speedmaster. É possível que Lovell, Swigert e Haise não tivessem, à hora do lançamento, uma noção absoluta da importância crucial dos relógios que levavam no pulso.
HOUSTON, WE’VE HAD A PROBLEM
Dois dias após o lançamento da nave, aconteceu “um problema”. Na verdade, não foi bem um problema: foi um grande problema. Um tanque de oxigénio explodiu no módulo de serviço, obrigando a tripulação a mudar-se para o módulo lunar. Este, não estava equipado para suportar três tripulantes, uma vez que fora concebido apenas para descolar da nave principal e alunar, não para as viagens longas.
Como é óbvio, a partir do acidente o objetivo da missão passou a ser o regresso em segurança a Terra e a sobrevivência de toda a tripulação. Ainda não era desta que o comandante Lovell iria pisar a superfície lunar – até hoje, Lovell é o único astronauta a ter participado em duas missões lunares sem nunca ter tocado o chão da Lua.
O plano passava agora por contornar o satélite que nos encanta nas noites de céu limpo, dando uma volta pelo célebre dark side of the moon, aquele que nunca vemos, ganhando balanço para regressar à atmosfera terrestre.
OMEGA SAVED THE DAY
Tal manobra a bordo de um módulo lunar é algo suficientemente arrojado. Se lhe acrescentarmos uma falha dos equipamentos, então estamos perante uma sentença de fracasso. A não ser que tenhamos a bordo pilotos extraordinariamente preparados e perspicazes munidos de relógios Omega.
Na abordagem à atmosfera terrestre, era necessário queimar combustível e desligar o motor, confiando numa complexa equação que, caso falhasse, impunha o risco de fazer com que a cápsula fosse repelida pela atmosfera e se perdesse no espaço para todo o sempre, sem qualquer possibilidade de resgate. Terá sido um momento tenso.
Durante 14 segundos e com o sistema elétrico em baixo, os astronautas tiveram de se guiar pelos cronógrafos e pelo taquímetro conjugados com a vista que tinham da Terra. “Foi quando o relógio da nave parou que tivemos de socorrer-nos do Speedmaster”, recorda James Lovell. “Sem o nosso habitual equipamento de navegação, tivemos de usar a vista que tínhamos da Terra como guia. Tínhamos de queimar os motores durante 14 segundos e depois desligá-los. E então usámos o relógio que o Jack Swigert tinha posto.” Lovell não tem dúvidas, “o Omega foi uma parte fundamental do sucesso da missão”.
PRECISÃO E IMAGINAÇÃO
A proeza valeu à Omega a condecoração com o Silver Snoopy Award, um prémio com que a NASA distingue pessoas ou instituições por contribuições valiosas para o sucesso das missões espaciais.
Naturalmente, a Omega criou um modelo Speedmaster comemorativo do 50.º aniversário (1970-2020) do seu Silver Snoopy Award. O mais célebre Beagle do mundo, criado por Charles M. Schulz, tem mesmo um papel proeminente neste relógio comemorativo, que é uma verdadeira delícia para os apreciadores – de relojoaria, de história espacial e, claro, dos Peanuts.
Além da presença do próprio Snoopy num dos mostradores pequenos do relógio, no verso deste Speedmaster especial há uma complicação que faz com que queiramos usar o relógio do avesso. Sobre uma paisagem espacial vista da Lua, observamos o planeta Terra (que vai rodando) enquanto uma mão mágica traz, uma vez por minuto, uma nave espacial desenhada com o Snoopy a bordo. Essa nave cruza o horizonte diante da Terra durante precisamente 14 segundos. Como é óbvio, a edição está esgotada. A espera estimada na lista de encomendas da Omega é, neste momento, de dois anos. Obviamente, diríamos nós. Obviamente. ●