TICKING CLOCKS NO CINEMA
Real Time narration method: é um método narrativo em que os acontecimentos são retratados ao mesmo tempo que as personagens os experienciam. Por exemplo, num filme de 90 minutos, assistimos também a 90 minutos ficcionais. O contrário seria, por exemplo, um filme de uma hora e meia em que são representados cinco anos da vida de uma personagem, sendo esta cinco anos mais velha no fim do filme. O modo como a narrativa é construída e constantemente levada a momentos de tensão, faz com que quem vê ao filme a certa altura se tenha esquecido de que há um limite de tempo, uma contagem decrescente ou uma bomba prestes a explodir.
Sentir a pressão e o limite de tempo a apertar é mais do que comum.
Não sendo suficiente sentir estas restrições no dia a dia, adicionamse à equação filmes que retratam precisamente essas sensações. Automaticamente, associase aqui o som do relógio a contar os minutos e segundos para acrescentar pressão. Se os momentos narrativos já são tensos então porque não juntar uma contagem decrescente para nos manter agarrados ao ecrã sem conseguir desviar o olhar por um segundo, mesmo sentindo uma enorme ansiedade.
A banda sonora é a grande aliada paea ajudar a manter intensos os momentos de tensão ou de pressão do tempo. Quando não há diálogo ou muita ação a decorrer no ecrã, de que outra forma é que nos apercebemos de que estamos a chegar a um momento de maior pressão senão através do som?
Claro que o protagonista nestes filmes é o tempo, a falta dele e as suas consequências, mas sem uma excelente banda sonora e sons perfeitamente encaixados em certos momentos, não sentimos a pressão da mesma forma.
EXEMPLOS:
SEM TEMPO (IN TIME, 2011) Neste filme de ficção científica, tempo vale mais que dinheiro. Com um relógio incorporado na pele que indica quanto tempo uma pessoa tem para viver, cada um luta para conseguir mais e mais. A premissa é simples, quanto mais dinheiro e poder uma pessoa tem, mais tempo possui no seu relógio. Neste filme perdese o rigor dado ao tempo dos
“relógios biológicos” em troca da dramatização das cenas. Quando a mãe do protagonista precisa de duas horas para pagar uma viagem de autocarro para se encontrar com o filho, tem apenas uma hora e meia no seu relógio. A sequência em si dura três minutos e passamse uns rápidos 40 segundos até se voltar a ver que já só tem 20 minutos. Quando está a correr para os braços do filho tem dez segundos de vida, enquanto esta parte do filme dura mais do dobro para intensificar a emoção da sua morte.
24 (SÉRIE TELEVISIVA, 2001-2010)
A famosa série que decorreu durante cerca de 10 anos brinca com o número que lhe dá título.
Com 24 episódios em cada temporada, tenta representar 24 horas da vida do protagonista usando o método de narração em tempo real. O problema está na falta de rigor. Os episódios deviam ter a duração de uma hora, mas, na realidade, apenas vemos cerca de 45 minutos.
AMEAÇA TERRORISTA (UNTHINKABLE, 2010)
A ação deste filme centrase na ameaça de um terrorista que diz fazer explodir várias bombas distribuídas por diferentes cidades nos EUA se o governo não cumprir as exigências dele. Enquanto o cronómetro das bombas avança, o agente de operações especiais interpretado por Samuel L.
Jackson tenta, através de métodos extremamente agressivos, extrair informação ao terrorista acerca da localização das bombas de forma a evitar o pior. Para efeitos dramáticos, a precisão entre conjugar o tempo que falta para a bomba explodir e o agente obter a localização é prolongada e, realisticamente, o FBI não conseguiria chegar a tempo de desativar e impedir a explosão da bomba.
FICÇÃO CIENTÍFICA (VIAGENS NO TEMPO) E CONTAGENS DECRESCENTES (LIMITES TEMPORAIS)
● Estranhas Revelações ( Ticking Clock, 2011) ● Um Dia para Viver ( 24 Hours to Live, 2017) ● O Predestinado ( Predestination, 2014) ● O Código Base ( Source Code, 2011)