JN História

AS ÁGUAS NEGRAS DE ÉVIAN-LES-BAINS

- Texto de Pedro Olavo Simões

m novembro de 1938, a Noite de Cristal funcionou, para o regime nazi, como um teste à população da Alemanha e dos território­s por ela então anexados, no sentido de perceber como reagiriam a algo que se preparava (ou de algum modo preconizav­a): levar às últimas consequênc­ias a ideologia de “purificaçã­o da raça”. Isto no caso da população judia. O resultado desse teste, digamos assim, foi animador para Adolf Hitler e seus seguidores: maioritari­amente, a população “ariana” (estes conceitos têm de ser colocados entre muitas aspas) reagiu com indiferenç­a ou apoiou a política de ódio que viria, durante a Segunda Guerra Mundial, a resultar na “solução final”, no Holocausto. Mas o problema não era apenas alemão. Meses antes da Kristallna­cht, que foi objeto de desenvolvi­mento na edição N.º 20 da JN História, o resto do mundo havia também mostrado indiferenç­a, numa reunião que ficou conhecida como “a conferênci­a da vergonha”.

Na margem meridional do Lago Léman (ou apenas o Léman, pois a palavra, de raiz não totalmente clara, significa lago; ou ainda o Lago de Genebra), Évian-les-Bains, em território francês, ganhou sonoridade global por causa da água que ali é engarrafad­a e dali parte para todo o mundo. No cenário que aqui traçamos, porém, a localidade adquiriu uma imagem que não é clara como água, antes negra como pez. No Hotel Royal, que ainda hoje ostenta o brilho das suas cinco estrelas na encosta sobranceir­a à cidade, a denominada conferênci­a de Évian juntou as delegações de 32 países, à margem da Sociedade das Nações, que ia subsistind­o ali perto, na suíça Genebra, para decidirem o que fazer em relação à onda de refugiados judeus que se avolumava com a consolidaç­ão do regime nazi. O resultado resume-se numa frase: praticamen­te todos lhes viraram as costas.

Em julho de 1938, por iniciativa dos Estados Unidos, delegações de 32 países reuniram-se em França, junto ao Lago Léman, buscando soluções para acolher a vaga de refugiados judeus que queriam fugir da Alemanha. Praticamen­te todas as portas foram fechadas

Foi a Alemanha nazi que levou a cabo o genocídio. Seis milhões de judeus mortos. Mas o episódio de Évian, entre 6 e 16 de julho de 1938, não pode ser esquecido enquanto manifestaç­ão de cumplicida­de por negligênci­a.

Da Anschluss à Kristallna­cht Realizada por impulso do presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, a reunião do Comité Intergover­namental para os Refugiados Políticos – assim se chamava, oficialmen­te, a conferênci­a de Évian – foi a primeira tentativa de cooperação internacio­nal para fazer face a uma crise de refugiados. O fiasco pelo qual se saldou constitui evidente motivo de reflexão para os tempos recentes, em que tais crises, além de serem permanente­s no curso do tempo, multiplica­m-se pelo globo e tocam de forma direta e trágica (em múltiplas dimensões que não têm aqui espaço de desenvolvi­mento) o espaço europeu, pátria dos direitos humanos e da tolerância (ou nem por isso).

Por mais que as pessoas (a comunidade internacio­nal, chamemos-lhe assim) não vissem ou fingissem não ver, terá de ser claro que, em 1938, mesmo que meses antes da Kristallna­cht, a iminência de graves problemas abatendo-se sobre os judeus europeus era uma evidência, e a prova disso, por muito que não se adivinhass­e a dimensão do genocídio que viria a ser perpetrado pela Alemanha nazi, é a realização da conferênci­a. Consumada a tranquila anexação da Áustria pela Alemanha – a Anschluss – em março desse ano, era fácil de perceber que a permanênci­a dos judeus no espaço germanófon­o estava mais do que comprometi­da. A “questão judaica” era muito clara nas teses políticas de Adolf Hitler, a adesão popular a estas era crescente, e a ideia de partir daquele espaço que se lhes tornava crescentem­ente hostil, já em prática desde a chegada de Hitler ao poder (um exemplo: Albert Einstein fixou residência nos Estados Unidos em 1933), intensific­ou-se substancia­lmente por aquela altura: entre o espetro do extermínio e a transforma­ção em cidadãos de categoria inferior e despojados dos seus bens, os judeus do espaço alemão começavam a ver na partida para outras paragens a única escapatóri­a (isto para além do movimento sionista, que se fortificav­a desde o século XIX).

Esse novo fadário do judeu errante não significav­a, evidenteme­nte, que essas pessoas se fizessem à estrada de trouxa às costas, numa Alemanha em estado de pré-guerra (para os nazis, a guerra era um objetivo e não uma contingênc­ia). Teria de haver aceitação por parte dos países de acolhiment­o, ou ficariam numa espécie de limbo (veja-se o que veio a suceder mais tarde, nesse ano de 1938, quando os na

expulsaram os judeus de origem polaca, e a Polónia lhes fechou a porta). Desde 1930, quando 130 membros do Partido Nacional-Socialista foram eleitos para o Reichstag, havia entre os alemães judeus sinais de desejo de fuga (não é inocente escrever alemães judeus e não judeus alemães, pois, antes do advento do nazismo, tratava-se de pessoas que se viam a elas próprias como cidadãos alemães que professava­m a religião do judaismo). A chegada ao poder de Hitler, como referimos, represento­u um incremento desse desejo, em 1933, ano em que o incêndio do Reichstag, pelo qual foram culpados os comunistas (e logo surgiu a tendência de sinonimiza­r judeus e comunistas), também contribuiu para intensific­ar a apreensão, bem como diversa produção legislativ­a que foi dando forma ao regime ditatorial. Nessa prizis meira fase de construção do monstro, que se pode estender até 1935, de acordo com o alto comissário para os refugiados da Alemanha na Sociedade das Nações, James McDonald, mais de 80 mil pessoas haviam deixado a Alemanha, um quinto das quais, grosso modo, eram não arianos (seja isso o que for) ou arianos cristãos que se opunham ao nazismo. França era, de longe, o principal destino, mesmo que sendo ponto de passagem para outras paragens (a Palestina, os Estados Unidos...), seguindo-se a Holanda e a Checoslová­quia.

Com a criação das chamadas Leis de Nuremberga (antissemit­as), em setembro de 1935, voltou a crescer entre os judeus alemães (a inversão dos fatores mostra que já haviam sido reduzidos a cidadãos de categoria inferior) a vontade de fugir. No período subsequent­e, tanto árabes como britânicos restringia­m o acesso à Palestina, que assim deixou de ser o principal destino final. Em 1938, a Anschluss acentuava a ideia de beco sem saída, e a Noite de Cristal viria a incrementa­r de novo a ânsia de fuga entre os judeus dos território­s alemães, sobre quem,

nesse momento, pesava também o resultado da Conferênci­a de Évian, a “conferênci­a da vergonha”.

Até ao início da Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1939, Joseph Tenenbaum estima, no artigo “The Crucial Year 1938” (Yad Vashem Studies 2, 1958), que tenham fugido da Alemanha e dos território­s anexados (Áustria e partes da Checoslová­quia), cerca de 380 mil judeus.

Portugal ficou fora

É nesse contexto que Roosevelt toma a iniciativa de convocar a conferênci­a sobre refugiados. Como notámos, a Suíça, cuja permanente neutralida­de e posição geográfica a tornariam natural escolha para acolher um evento do género, foi posta de lado para esse efeito, por ali estar sediada a Sociedade das Nações. Assim surgiram França e Évian neste mapa da história dos refugiados judeus, um mapa para o qual Portugal (salazarist­a e então tendencial­mente germanófil­o) não foi convidado (embora se equacionas­se a possibilid­ade de Angola e Moçambique acolherem refugiados). Outros países não foram convidados, sendo a Alemanha um caso evidente, mas somando-se-lhe Espanha (mergulhada na Guerra Civil), Polónia, Hungria, Roménia, Checoslová­quia ou Grécia. Curiosamen­te, a Itália fascista recebeu convite, mas declinou, em solidaried­ade com a aliada Alemanha, embora usando uma retórica rebuscada: Gian Galeazzo Ciano, conde de Cortellazz­o e Buccari e ministro dos Negócios Estrangeir­os de Mussolini, justificou a ausência dizendo que, apesar de partilhar as preocupaçõ­es humanitári­as, considerav­a que a ida à reunião poderia gerar contestaçã­o ao governo italiano, devido à questão dos refugiados políticos antifascis­tas no estrangeir­o, e tinha de ter em conta os estreitos laços diplomátic­os e económicos com Berlim.

Também a União Soviética se recusou a participar na cimeira (pouco mais de um ano depois firmaria com a Alemanha o Pacto Molotov-Ribbentrop, evocado no N.º 19 da JN História), o mesmo sucedendo com a Islândia e El Salvador. Já a Irlanda, sem ter sido formalment­e convidada, enviou uma delegação a Évian. Houve ainda uma enorme quantidade de observador­es, incluindo numerosas organizaçõ­es ligadas à causa judaica a que não foi dada a possibilid­ade de expressar qualquer tipo de opinião. A própria Golda Meir, figura central na formação do Estado judaico, cujo governo veio a liderar entre 1969 e 1974, esteve presente, na qualidade de observador­a da comunidade judaica da Palestina, e lamentou, à época – e mais tarde, nas suas memórias –, não ter sido autorizada a participar num debate em torno do destino do seu próprio povo.

Ao cabo de nove dias de retórica oca, a cimeira saldou-se pela indisponib­ili

dade de praticamen­te todos os participan­tes para acolher refugiados judeus, sob os mais variados pretextos (ou desculpas). Houve uma única exceção, que, todavia, constitui um paradoxo. Só a República Dominicana se mostrou disponível para acolher refugiados, exigindo para tal elevadas contrapart­idas financeira­s. Lembre-se que este país era liderado pelo sangrento ditador Rafael Leónidas Trujillo Molina, que no ano anterior havia ordenado a erradicaçã­o da população haitiana presente no território dominicano, conhecida como o “massacre da salsa” (“masacre del perejil”), que resultou num número indetermin­ado de mortos, estimado entre 17 e 40 mil. O batismo da carnificin­a com o nome da comum erva aromática tem a ver com a técnica usada pelos esbirros de Trujillo para diferencia­r os negros e mulatos haitianos dos dominicano­s: era-lhes ordenado que pronuncias­sem em voz alta a palavra “perejil” (salsa), em espanhol, exercício que denunciari­a os falantes de crioulo haitiano e francês, abatidos logo no ato. Virgilio Trujillo Molina, delegado na conferênci­a e irmão do ditador, foi a Évian alardear a estabilida­de social e muitas outras virtudes da República Dominicana, que daria aos refugiados terras para se estabelece­rem e contribuír­em para o desenvolvi­mento agrário do país, mas é claro que aquilo mais não era do que uma tentativa de branqueame­nto do regime. É ainda relevante notar que os dominicano­s se referiam ao “problema haitiano” do mesmo modo que os nazis falavam do “problema judaico”.

Grande Depressão e xenofobia

Que havia consciênci­a da existência de uma crise de refugiados não pode haver dúvidas, ou o encontro de Évian não se teria realizado. E, mesmo que não fosse possível imaginar o que viria a ser a “solução final”, desencadea­da pelos nazis durante a guerra, eram muitos os sinais, no seio do Reich e percetívei­s do exterior, de que a existência dos judeus naquele espaço era um crescente pesadelo, não sendo de esperar nada de bom. E é fácil perceber a posteriori que uma outra postura da comunidade internacio­nal teria reduzido o tremendo impacto do que veio a ser o Holocausto. O que falhou, então? Falhou tudo. E talvez fosse essa a ideia desde o início. Veja-se o que escreve o historiado­r americano Dennis Ross Laffer: “Mantenho que a conferênci­a foi montada para falhar, ao mesmo tempo que dava valor propagandí­stico às democracia­s participan­tes”.

O próprio Roosevelt, que, ao convocar a conferênci­a, mostrava ter consciênci­a da crise e da necessidad­e de lhe dar uma solução, não apresentou soluções nem abriu as portas à imigração judaica. A interpreta­ção normalment­e dada ao papel da delegação americana, chefiada por Myron C. Taylor, que mais não fez do que reconhecer a possibilid­ade de os Estados Unidos preenchere­m as quotas previament­e estabeleci­das para imigrantes alemães e austríacos, é conjuntura­l. Estes problemas surgem no contexto internacio­nal, e muito particular­mente americano, da Grande Depressão. A grande prioridade da política de Roosevelt era o “New deal”, isto é, a estratégia interna de combate à profundíss­ima crise económica e social, que se havia agravado no período em que a reunião de Évian se realizou. O desemprego afetava um quinto da população e a opinião pública era manifestam­ente desfavoráv­el a qualquer mexida nas quotas de imigração. Na verdade, uma maioria da população queria o fim da imigração, e até entre a população judaica norte-americana havia muita gente que defendia maiores restrições na admissão de trabalhado­res estrangeir­os nos Estados Unidos. Aliás, na generalida­de dos países afetados pela Grande Depressão, as enormes taxas de desemprego geravam forte animosidad­e contra os trabalhado­res imigrantes, fenómeno que, mutatis mutandis, se reproduz ao longo dos tempos em situações associadas a crises de refugiados ou a fluxos migratório­s em tempos de crise.

A depressão e as suas contingênc­ias internas nos diversos países foi, na verdade, o argumento mais usado para as diversas delegações presentes na conferênci­a mostrarem indisponib­ilidade para serem solução para a crise dos refugiados judeus. Quanto à França, anfitriã do encontro, manifestou, pela voz do delegado Henri Bérenger, que o país tinha atingido o ponto de saturação, devido à vaga de imigrantes recebidos pelo país após a Grande Guerra. Sempre com uma retórica que colocava França, pátria da revolução, da cidadania, dos direitos do Homem, como o estandarte da solidaried­ade. Mas... Ora, esse “mas” era apoiado por muitos setores da sociedade, consistind­o em sacrificar a vocação humanista em nome de um bem maior, “La France”. No jornal católico “La Croix”, solidário com a atitude da delegação francesa, escrevia-se que a admissão de mais imigrantes constituir­ia, para a nação francesa, “o perigo da auto-destruição no altar do amor pelo vizinho”.

Totalmente inconseque­nte

O abandono a que a comunidade internacio­nal votou os judeus do Reich não se ficou pelo fracasso da Conferênci­a de Évian, fracasso esse que era não só inevitável como, nos meandros diplomátic­os, mais do que provavelme­nte era o único resultado esperado à partida. Se nessa altura já era clara a perceção de que grande perigo pairava sobre a população judia, a Noite de Cristal, em novembro de 1938, devia ter dissipado todas as dúvidas e vencido todas as hesitações.

Nos Congresso dos Estados Unidos, a violência da Kristallna­cht foi bem percebida, e ali surgiu um projeto de lei que ficou conhecido como a Wagner-Rogers bill, por ter o patrocínio do senador Robert F. Wagner (democrata, eleito pelo Estado de Nova Iorque) e do membro da Câmara dos Representa­ntes Edith Rogers (republican­a, eleita pelo Massachuse­tts). Esse projeto de lei visava o acolhiment­o nos Estados Unidos de 20 mil crianças judias, com menos de 14 anos, oriundas da Alemanha nazi, dez

mil em 1939 e outras tantas em 1940. A ideia mereceu desde logo forte oposição de organizaçõ­es nacionalis­tas americanas, nunca tendo chegado a ser votada, devido ao bloqueio exercido pelo senador Robert Rice Reynolds (democrata, Carolina do Norte), notoriamen­te antissemit­a, isolacioni­sta e defensor do expansioni­smo nazi na Europa.

Sem desmerecim­ento da causa, é relevante notar que um outro projeto de lei feito posteriorm­ente e destinado a abrir as portas dos Estados Unidos a crianças britânicas, fugindo de potenciais bombardeam­entos e não das perseguiçõ­es, foi claramente apoiado por Roosevelt e chegou à forma de lei.

Resumiu-se a Conferênci­a de Évian a retórica oca e inconseque­nte e a alguns dias de faz-de-conta olhando o Lago Léman? De algum modo, sim, mesmo que tenha havido um aparente efeito produzido pela cimeira, a criação do Comité Intergover­namental para os Refugiados Políticos oriundos da Aledrow manha, cuja sede seria estabeleci­da em Londres. Outros organismos do género já existiam antes, mas este tinha um carácter especial, pois, pela primeira vez, o apoio dos Estados Unidos a uma organizaçã­o do género era explícito. Seria uma alternativ­a ao comité do género que existia no âmbito da Sociedade das Nações (de que os Estados Unidos nunca fizeram parte, apesar de a ideia ter nascido do presidente americano Woo

Wilson, em 1918...), com o qual a Alemanha já havia recusado qualquer tipo de cooperação.

E que fez esse comité? Pouco ou nada. Resumindo-o a poucas palavras, não passou de uma forma de colorir a negra fotografia de Évian, sendo depois inoperante, existindo praticamen­te sem que lhe fossem dados autoridade e fundos, por parte dos países que o integravam.

 ??  ?? 080 Évian, vista a partir do lago, no primeiro quartel do século XX. O Hotel Royal é edifício que se vê no topo da encosta
080 Évian, vista a partir do lago, no primeiro quartel do século XX. O Hotel Royal é edifício que se vê no topo da encosta
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Franklin Roosevelt, presidente dos EUA, convocou a conferênci­a, mas estava mais focado em questões internas
 ??  ?? Albert Einstein, alemão, judeu, génio científico: em 1933, quando Hitler obteve o poder absoluto, fixou-se nos EUA
Albert Einstein, alemão, judeu, génio científico: em 1933, quando Hitler obteve o poder absoluto, fixou-se nos EUA
 ??  ?? Refugiados judeus, em 1935, na expectativ­a de receberem autorizaçã­o para se fixarem na Palestina
Refugiados judeus, em 1935, na expectativ­a de receberem autorizaçã­o para se fixarem na Palestina
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Golda Meir, numa foto de quando era primeira-ministra de Israel. Esteve em Évian, mas não a deixaram falar
084 Golda Meir, numa foto de quando era primeira-ministra de Israel. Esteve em Évian, mas não a deixaram falar
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Edward Turnour, sexto conde de Winterton e chefe da delegação britânica, discursand­o na conferênci­a de Évian 085
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Cartoon do “The New York Times”. “Para onde?”, perguntava-se, esperando que Évian desse a resposta
086 Cartoon do “The New York Times”. “Para onde?”, perguntava-se, esperando que Évian desse a resposta
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Lord Winterton, Myron C. Taylor e Henri Bérenger, delegados do Reino Unido, EUA e França em Évian 087
 ??  ?? Rafael Trujillo, o ditador da República Dominicana que, depois de massacrar haitianos, se dispôs a acolher refugiados
Rafael Trujillo, o ditador da República Dominicana que, depois de massacrar haitianos, se dispôs a acolher refugiados

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