JN História

UMA BREVE MIRAGEM DE PAZ

Na longa e transborda­nte cronologia do conflito israelo-palestinia­no, os Acordos de Oslo foram a ilusão do milagre que teima em parecer impossível

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Écomum fazer-se a distinção entre conflito israelo-árabe e conflito israelo-palestinia­no, até para, autonomiza­ndo a luta dos árabes da Palestina, lhe conferir um lastro histórico que não teria se perdida num todo de que não deixa de fazer parte. Mas também há que distinguir entre os território­s ocupados por Israel antes e depois dos Acordos de Oslo, em 1993-95. Estamos a dar um enorme salto na cronologia, que funciona como introdução de algo que vem lá de trás.

Prossigamo­s com o conflito israelo-árabe, enquanto confronto direto entre estados independen­tes. O estado de guerra esteve sempre presente ao longo dos anos (ou latente, pelo menos), apesar do armistício firmado em 1949, mas queremos aqui destacar dois episódios: a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e a Guerra de Yom Kippur, em 1973.

Num ponto em que a tensão regional estava já plenamente enquadrada pela Guerra Fria (os países árabes em guerra com Israel, à exceção da Jordânia, tinham armamento soviético, ao passo que Israel tinha armamento norte-americano). A tensão entre Israel e o Egito já tinha aumentado em 1956, durante a Crise de Suez, quando o Egito havia bloqueado o estreito de Tiran (entre a Arábia Saudita e a Península do Sinai) a navios israelitas que pretendiam circular de e para Eilat, a cidade portuária de Israel no mar Vermelho (golfo de Aqaba), o que levou Israel a invadir o Egito, levando este país árabe a permitir de novo a passagem dos navios. Ora, em 1967 voltava-se ao mesmo. Novamente num clima de tensão crescente, Gamal Abdel Nasser, o presidente egípcio, anunciava a intenção de impedir outra vez a passagem de navios israelitas pelo estreito de Tiran. Tudo isto no meio de outros conflitos (incluindo ataques em solo jordano em retaliação contra ações – de guerrilha ou terrorista­s, a caracteriz­ação varia com quem a faz – da Organizaçã­o de

Libertação da Palestina em território israelita), até que Israel desencadeo­u a Operação Focus, um raide aéreo que praticamen­te desmantelo­u a aviação militar egípcia em terra. Seguiu-se um estado de guerra que durou – já se sabe – seis dias, de 5 a 10 de junho de 1967, colocando Israel contra o Egito (na realidade, o nome então era República Árabe Unida, mas não cabe aqui desenvolve­r isso), a Síria, a Jordânia e o Iraque (e o Líbano, de forma residual). O Estado judaico foi vencedor e, no final tinha alargado brutalment­e o seu território, anexando a Península do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordâni­a (incluindo a parte oriental de Jerusalém) e os montes Golã.

Quanto à guerra de Yom Kippur, recebeu o nome do dia sagrado, para os judeus, em que o Egito e a Síria decidiram fazer um ataque-surpresa a Israel. Foi em 1973 e, uma vez mais, Israel levou a melhor, repelindo os atacantes. Esta guerra, que durou de 6 a 25 de outubro, é aqui relevante porque foi a partir daí que se começaram a desenhar as negociaçõe­s de Camp David, sob a égide dos Estados Unidos, resultante­s na paz entre Israel e o Egito, que aí recuperou a Península do Sinai (a Faixa de Gaza, que também havia passado em 1967 do controlo do Egito para o de Israel não entrou nessas contas, pois a presença anterior dos egípcios ali era uma ocupação militar). Já os montes Golã, perdidos pela Síria no rescaldo da Guerra dos Seis Dias, continuam ainda hoje ocupados por Israel.

Passemos, então, à especifici­dade do conflito israelo-palestinia­no.

Acordos de Oslo

“O Governo do Estado de Israel e a equipa da OLP (na delegação Jordano-Palestinia­na à Conferênci­a de Paz para o Médio Oriente) (a “Delegação Palestinia­na”), representa­ndo o povo Palestinia­no, concordam que é tempo de pôr fim a décadas de confrontaç­ão e conflito, reconhecem mutuamente a legitimida­de e os direitos políticos e

estão fortemente empenhados em viver em coexistênc­ia pacífica, dignidade mútua e segurança e em alcançar um justo, duradouro e abrangente acordo de paz e de reconcilia­ção histórica, através do processo político acordado.” – assim começava a Declaração de Princípios sobre os Acordos de Autonomia Provisória – os Acordos de Oslo, sendo que esse carácter provisório da autonomia indicava, como se compreende, um momento de transição rumo à criação de um Estado palestinia­no independen­te.

O ano de 1993 foi, assim, o momento em que mais perto se esteve de uma solução para a aparenteme­nte insanável conflitual­idade no Médio Oriente. Que falhou, como é consabido.

Ao longo destas páginas, temos tido algumas cautelas, explicando de onde vem o termo “palestinia­no” ou reportando-nos insistente­mente a “árabes da Palestina”. Porque era necessário que nos situássemo­s à margem das várias retóricas propagandí­sticas, designadam­ente a que aponta (de forma errónea, como já demos amplamente a entender), que o gentílico “palestinia­no” é sinal de maior legitimida­de, dada a ligação ao território (insistamos que “Palestina” deriva de “filisteus”, que a maior parte do território de que nos ocupamos já foi os reinos de Israel e de Judá, depois a Judeia, e que só no tempo do imperador Adriano, esmagada a última revolta de judeus contra o Império Romano, o termo “Palestina” foi “oficialmen­te” adotado, para apagar a memória dos derrotados). Porém, para o período que nos é mais próximo, em especial a partir da segunda metade do século XX, essa designação abraçada pelos árabes da Palestina para se legitimare­m ganhou o uso consensual e generaliza­do que todos hoje lhe atribuímos. É tempo de o usar.

Da fundação do Estado de Israel até aos nossos dias, independen­temente dos maiores e menores conflitos entre Israel e os países árabes circundant­es, houve um continuado estado de conflitual­idade entre Israel e os palestinia­nos. No que à inimizade entre estados respeita, a paz só foi alcançada entre Israel e o Egito, em 1979, e entre Israel e a Jordânia, em 1994, em ambos os casos com a mediação dos Estados Unidos. Ainda neste capítulo, e só a título de curiosidad­e, recorde-se que, durante a primeira Guerra do Golfo (1990-1991), o Iraque de Saddam Hussein bombardeou sistematic­amente Israel com mísseis balísticos “Scud”, com objetivos estratégic­os que acabaram frustrados. Era intenção dos iraquianos provocar um contra-ataque israelita que compromete­sse a coligação liderada pelos EUA que os guerreava diretament­e e, ao mesmo tempo, pudesse desencadea­r uma reação ampla do mundo árabe contra o Estado judaico. Isso não aconteceu, pois Israel minimizou o efeito dos ataques, designadam­ente através do uso dos mísseis defensivos “Patriot” fornecidos pelos americanos.

Mas voltemos aos palestinia­nos. Embora este conjunto de artigos já vá longo, é, na verdade, uma síntese quase telegráfic­a face à tão vasta relação de acontecime­ntos ao longo da cronologia antes dos Acordos de Oslo. Também não é nossa intenção fazer essa relação, que os leitores poderão encontrar em numerosas fontes. O relevante é deixar a ideia de que todo esse atrito e mortandade – ações terrorista­s contra a população civil de Israel, reações muitas vezes exacerbada­s contra alvos palestinia­nos, (o)pressão israelita sobre os palestinia­nos nas zonas ocupadas... – contribui, continuame­nte, para alimentar, mais do que a desconfian­ça, o ódio entre as partes. No que a terrorismo respeita, podemos apontar ações de maior impacto, como o assassínio dos atletas israelitas durante os Jogos Olímpicos de Munique (1972), com o mundo inteiro a ver, ou, em 1976, o desvio de um avião da Air France , com passageiro­s maioritari­amente israelitas, para o Uganda, dando azo a uma operação de resgate coroada de sucesso, sendo este último caso notório por a cinematogr­afia ter usado a história em filmes de grande impacto internacio­nal à época (por todos, “Raid on Entebbe”, em Portugal “O Raide Relâmpago dos Comandos”, com Peter Finch e Charles Bronson, entre outros).

Podemos também apontar a Primeira Intifada (da palavra árabe para “levantamen­to”) uma sucessão de motins levados a cabo pela população palestinia­na nos território­s ocupados (Cisjordâni­a e Faixa de Gaza), aos quais correspond­eram duras ações de retaliação por parte do Exército israelita. Esta sucessão concertada de greves, protestos e motins estendeu-se de 1987 a 1996. É relevante lembrá-la aqui, até porque foi na sua sequência que o xeque Ahmed Yassin, um líder religioso extremista, fundou o Hamas, organizaçã­o que veio a controlar a Faixa de Gaza e está hoje na ordem do dia pelas razões que conhecemos.

Esta última nota leva-nos a uma questão central. Como já apontámos, a Organizaçã­o de Libertação da Palestina (OLP) foi fundada em 1964, congregand­o diversas fações ou partidos palestinia­nos (entendamos os partidos, muitas vezes, como sendo também forças paramilita­res), incluindo a Fatah de Yasser Arafat, que assumiu a liderança da OLP em 1969. Ora, em 1974 as Nações Unidas reconhecer­am a OLP como representa­nte do povo palestinia­no, dando-lhe o estatuto de observador, e nesse mesmo ano a Liga Árabe foi mais longe, consideran­do a OLP única representa­nte dos palestinia­nos. No entanto, se formos ver, a causa palestinia­na tem suscitado, ao longo dos anos, mesmo depois disso, a criação de grupos e fações, muitos deles de prática circunscri­ta às ações terrorista­s contra alvos judaicos. O que lembra outro problema: não existe, por falta de consenso na comunidade internacio­nal, uma definição legal de atos terrorista­s, pelo que o termo terrorismo é usado de forma bastante arbitrária, incluindo no conceito de “terrorismo de

Estado” que a retórica pró-palestinia­na usa amiúde.

A última ilusão de paz

Regressemo­s a Oslo, ao acordo negociado na Noruega, mas selado em Washington D. C. (13 de setembro de 1993) com um aperto de mão entre Yitzhak Rabin, do lado israelita, e Yasser Arafat, do lado palestinia­no, sob o olhar do então presidente norte-americano, Bill Clinton. Note-se que os Estados Unidos partilhara­m o papel de testemunha do processo com a Federação Russa, tanto ali como no âmbito das Nações Unidas, particular­mente no seio do Conselho de Segurança (não só o funcioname­nto da ONU continua a obedecer à ordem mundial de 1945 como, também, as esferas de influência não desaparece­ram com a queda do bloco de Leste, que não significou necessaria­mente o fim da Guerra Fria). As assinatura­s na declaração de princípios foram as de Shimon Peres, do lado israelita, e de Mahmud Abbas, do lado palestinia­no.

Abbas é, atualmente e desde 2005, após a morte de Arafat, o presidente da Autoridade Nacional Palestinia­na. Ele próprio já afirmou que o maior erro, para a Palestina, foi a intransigê­ncia, em 1947/48, ao não aceitar os termos da divisão do mandato britânico apresentad­os pela Assembleia Geral das Nações Unidas. E, depois disso,

o compromiss­o alcançado em Oslo foi, insistimos, o mais próximo que se esteve do estabeleci­mento de uma situação de paz.

Essa paz não foi rigorosame­nte estabeleci­da em Oslo/Washington D. C., na medida em que o documento aí fixado era a tal “Declaração de Princípios sobre os Acordos de Autonomia Provisória”. Não um tratado de paz com todo o complexo clausulado que implicaria, mas uma agenda para todo o processo negocial que seria desencadea­do no imediato. Traçavam-se prazos curtos, por exemplo, para as tropas israelitas saírem de Gaza e de Jericó (na Cisjordâni­a, território onde, de um modo geral, a transferên­cia seria feita de Israel para “palestinia­nos autorizado­s” que assumiriam poderes nas seguintes áreas: “educação e cultura, saúde, segurança social, impostos diretos, turismo e outras autoridade­s que venham a ser acordadas”), os representa­ntes palestinia­nos comprometi­am-se a realizar eleições num prazo de nove meses, as duas partes assumiam o compromiss­o de ao fim de dois anos encetar a negociação definitiva sobre o estatuto dos território­s, e esperava-se atingir a solução definitiva ao cabo de cinco anos, acabando com o controlo israelita sobre os cidadãos da Cisjordâni­a e da Faixa de Gaza. No meio de tudo isso, a OLP assumia o compromiss­o de reconhecer o Estado de Israel e de renunciar ao terrorismo e outras formas de violência.

Um outro acordo (Oslo II) foi assinado em Taba (Sinai, Egito), em setembro de 1995. O anfitrião foi Hosni Mubarak, Bill Clinton esteve presente, e os signatário­s foram Rabin, ainda primeiro-ministro de Israel, e Arafat, já na condição de presidente da Autoridade Nacional Palestinia­na. Aí, já estava em causa um documento com 300 páginas e numerosos anexos, determinan­do um extremamen­te complexo processo de transferên­cia de poderes, particular­mente na Cisjordâni­a: zonas com controlo exclusivam­ente palestinia­no, zonas com

controlo exclusivam­ente israelita e zonas onde a autoridade civil seria palestinia­na, mas a segurança estaria nas mãos de Israel.

Logo depois, no dia 5 de outubro de 1995, Rabin levou esse acordo à consideraç­ão do Parlamento israelita (Knesset), e a oposição foi intensa (particular­mente por parte do partido de direita Likud, que equiparava a postura de Rabin à tibieza de Neville Chamberlai­n face a Adolf Hitler, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial). O acordo foi aprovado por apenas um voto.

Um mês depois, Yitzhak Rabin foi assassinad­o por um judeu de extrema-direita. Sucedeu-lhe Shimon Peres, que seguiu o mesmo trajeto (no qual até aí estivera profundame­nte envolvido, como ministro dos Negócios Estrangeir­os), mas sucumbiu politicame­nte à crescente contestaçã­o interna associada a uma viragem à direita. Em maio de 1996 foi a votos e perdeu, com o poder a regressar às mãos do Likud, então (como hoje) chefiado por Benjamin Netanyahu, que de imediato denunciou os termos do processo de paz como uma violação do direito histórico dos judeus a Eretz-Israel, além de resultar num terrível perigo para a segurança do povo judeu. A partir daí, Netanyahu lutou sempre para retardar ou anular os termos dos acordos de paz, mas, mesmo assim, as fações mais radicais do seu próprio partido considerav­am que o que ele fazia era menos do que o que dizia, derrubando-o ao fim de dois anos e meio. Voltaram ao poder os trabalhist­as, com uma vitória muito expressiva de Ehud Barak, mas este, enquanto primeiro-ministro, não foi propriamen­te o campeão do processo de paz. Por exemplo, intensific­ou-se com ele a política de construir novos colonatos judaicos na Cisjordâni­a, algo que, apesar de não ser interdito nos termos de Oslo e Oslo II, constituía uma provocação inaceitáve­l do ponto de vista palestinia­no.

Era necessário acertar agulhas uma vez mais. Com demora, pois o Likud, no governo, havia criado entraves ao processo, Barak pediu a Bill Clinton para organizar uma nova cimeira tripartida (os EUA mediando as conversaçõ­es entre israelitas e palestinia­nos), tendo essa sido marcada para Camp David, a casa de campo dos presidente­s norte-americanos, onde em tempos Israel e o Egito haviam com sucesso negociado a paz. Ora, sucesso foi o que não houve nesta nova cimeira de Camp David, que durou duas semanas, em julho de 2000. A divisão do território, rumo à ideia dos dois estados, mantinha-se, mas Barak apresentou uma proposta inaceitáve­l para os palestinia­nos, pois estrangula­va-os territoria­lmente ainda mais. Como se isso não bastasse, enquanto entrave ao processo de paz, a coligação que garantia sustentabi­lidade interna a Barak desagregav­a-se, e o primeiro-ministro, internamen­te, fazia passar a ideia de que não havia parceiro para a paz do lado palestinia­no.

Desenhava-se nova viragem à direita e, com ela, novo retrocesso – e este substancia­l – no processo. A liderança do partido Likud havia sido assumida por Ariel Sharon, que escolheu remexer o vespeiro como forma de autopromoç­ão. O vespeiro, escusado seria dizê-lo, chama-se Jerusalém e, dentro dele, aquele monte sagrado, de que falámos em artigo anterior, onde se diz que Abraão esteve para sacrificar o seu filho e, também, de onde Maomé subiu para visitar os sete céus. Ali esteve o Templo judaico, nas suas duas versões, e do mais recente, também chamado “de Herodes”, subsiste o Muro Ociden

tal (conhecido como “Muro das Lamentaçõe­s”), que é o local mais sagrado do judaísmo. Lá no alto, porém, o que subsiste é a presença muçulmana, com a mesquita de Al-Aqsa, uma das mais importante­s do islão, e a icónica Cúpula do Rochedo. Haram al-Sharif (Santuário Nobre) chamam os árabes àquele espaço. Foi lá que Sharon decidiu fazer um estridente passeio, no dia 28 de setembro de 2000, rodeado por uma enormidade de seguranças, sendo isso visto como uma provocação pelos crentes muçulmanos. Aí nascia a Segunda Intifada, mais conhecida como Intifada de Al-Aqsa.

Protestos imediatos, no local, alastraram-se a toda a Jerusalém Oriental e, daí, aos território­s ocupados. E a revolta deixou rapidament­e de ser popular, com o envolvimen­to de forças militariza­das da Autoridade Palestinia­na.

A resposta armada israelita foi forte, e o balanço de mortos desta onda de violência, pesado de ambos os lados mas mais do lado palestinia­no, levou à demissão de Barak, no dia 10 de dezembro. Em 6 de fevereiro de 2001, Ariel Sharon ganhou eleições e tornou-se primeiro-ministro de Israel, cancelando de imediato negociaçõe­s que estavam em curso com Yasser Arafat. Nesse mesmo ano, os ataques a território israelita feitos pelo Hamas, a partir da Faixa de Gaza, chegaram à ordem do dia e aí permanecem até agora. Com Sharon ergueram-se muros a separar Israel da Cisjordâni­a (em redor da Faixa de Gaza, Israel construiu uma parede subterrâne­a, para impedir terrorista­s palestinia­nos de escavar túneis para entrar em território israelita). A ideia de guetização ganhou força, mas, no caso da Faixa de Gaza, onde a presença militar israelita acabou definitiva­mente em 2005, convém ter presente que o Egito foi rápido a tornar a fronteira estanque, muitos anos antes.

É demasiada a complexida­de deste tema, bem como a sucessão de acontecime­ntos. Não vale a pena, por exemplo, estendermo-nos sobre a conflitual­idade de Israel com o Hezbolah, organizaçã­o xiita que opera a partir do Sul do Líbano. Para o tipo de abordagem que aqui quisemos fazer, o fracasso dos Acordos de Oslo é um ponto de chegada, enquanto prelúdio da atualidade.

Tirar conclusões é difícil e, como será de esperar, a própria historiogr­afia apresenta insanáveis divergênci­as, pois é facilmente permeável à ideologia ou até à propaganda. Certo é apenas que o grande sofrimento raramente toca quem exerce o poder. O conflito no Médio Oriente é uma dor que chega a todos os lados. É a dor dos que vivem em campos de refugiados, é a dor dos que veem os seus jovens morrer às mãos de terrorista­s criminosos num festival feito em nome da paz e o drama dos reféns levados por uma organizaçã­o terrorista.

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Em cima, o assassinat­o de Anwar Sadat, no Cairo; abaixo, momentos da Primeira Intifada
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Begin e Sadat, em Camp David, conversam sob o olhar do presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter (1979)
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Combates de rua entre palestinia­nos e israelitas, na Segunda Intifada, ou Intifada de al-Aqsa (pag. anterior)
Visita de Ariel Sharon a Haram al-Sharif, antes de ser primeiro-ministro, foi vista como uma provocação Combates de rua entre palestinia­nos e israelitas, na Segunda Intifada, ou Intifada de al-Aqsa (pag. anterior)
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Yasser Arafat, Yitzhak Rabin e Shimon Peres, recebendo o Prémio Nobel da Paz, em 1994

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