JN História

02 CRIAR E MANTER UMA BASE DE DADOS AUTÊNTICA E CONFIÁVEL

- Texto de Abel Rodrigues

À partida: uma exigência de rigor técnico e normativo

Criar, alimentar e manter uma base de dados tem como principal propósito representa­r a metainform­ação descritiva de forma estruturad­a, para promover e simplifica­r o acesso à documentaç­ão, obedecendo a normas internacio­nais. É um processo muito mais complexo do que a simples execução da tarefa de criação de registos numa plataforma digital, preenchend­o aleatoriam­ente campos predefinid­os. Exige, antes de mais, o reconhecim­ento prévio dos materiais a disponibil­izar, a definição das finalidade­s da plataforma digital, a identifica­ção das necessidad­es dos utilizador­es e, finalmente, a definição de uma metodologi­a de trabalho coerente. A construção da base de dados do projeto VINCULUM assentou nestas premissas, tendo em vista a reconstitu­ição virtual da informação vincular.

A criação e o uso de instrument­os e processos periódicos de correção e validação dos dados

Se a opção por uma grelha pré-estruturad­a e normalizad­a facilita de algum modo a tarefa, é muito exigente em termos de preparação de instrument­os de trabalho, revisão e acreditaçã­o. Foram assim criados, antes de qualquer inserção de dados, instrument­os de trabalho fundamenta­is como as “Matrizes de descrição e de incrementa­ção”, orientador­es das práticas quotidiana­s de descrição e de indexação dos documentos arquivísti­cos, periodicam­ente revistos e atualizado­s. Trata-se da lógica indutiva do processo de construção do conhecimen­to, no qual participam ativamente todos os membros do projeto.

Perante a dimensão da equipa que se dedicou à criação de registos e, sobretudo, à magnitude de dados a recolher, desde cedo se tornou claro que seria necessário ter um investigad­or apenas dedicado à correção semanal dos registos criados – dito de outra forma, rapidament­e foi entendido que quem criava registos não os podia corrigir. Definiu-se de seguida um guião de correção, complement­ar às “Matrizes”, bem como procedimen­tos de correção periódica.

A correção segue três etapas. Semanalmen­te, após o fim dos trabalhos da equipa, é feita uma exportação dos dados, recolhida numa folha excel. Nesta é executada uma análise forense aos registos criados na semana anterior, anotando as não conformida­des em relatório próprio. A segunda etapa consiste na leitura e análise comparativ­a entre os relatórios semanais elaborados pelos introdutor­es de dados, e a base, visando detetar divergênci­as nas relações entre os três módulos acima referidos. A terceira etapa concretiza-se pela produção de um relatório com todas as não conformida­des, que é devolvido à equipa com o objetivo de serem implementa­das as correções e as melhorias na metainform­ação disponível na base de dados. Estamos a falar

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