Jornal de Notícias - Notícias Magazine
A mãe arco-íris
A vida da portuense Eulália Almeida mudou radicalmente quando descobriu que o filho Sydney era a estrela do porno gay Fostter Riviera. O jornalista José Miguel Gaspar relata os dias de uma nova e inesperada ativista dos direitos LGBTI, entre um auditório em Viseu e uma marcha em Vila Real.
Protagonista inadvertida do filme “Até que o porno nos separe”, o documentário de Jorge Pelicano que define o que é o amor de mãe, Eulália Almeida, 67 anos, do Porto, considerava-se uma mulher normal: católica, conservadora, sexualmente muito ignorante. Mas depois descobriu, e isto foi tudo no mesmo dia, ou melhor numa noite que durou várias trevas, que o seu filho além de ator pornográfico também era um filho gay. Depois do choque, do choro, dos insultos de que se envergonha mortalmente e do corte de relações, hoje não é só uma mulher mudada, é literalmente outra mulher. Desde que o filme estreou há mais de um mês que Eulália corre o país em marchas e palestras com a bandeira LGBTI. “Não era o meu filho que tinha que mudar”, diz ela à NM, emocionada com a descoberta, a dizer que era ignorante, “era eu que tinha que mudar se não queria perder o seu amor”. Agora tudo é diferente, diz ela, “descobri-me e é como se tivesse um superpoder, o poder infinito do amor”.