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AFONSO VILELA BOAS MEMÓRIAS DE UMA INFÂNCIA NA RUA

- SARA OLIVEIRA

Aos 49 anos, Afonso Vilela divide-se entre a representa­ção, a moda, a cozinha e os desportos outdoor, depois de ter crescido ao ar livre em Carcavelos, entre descoberta­s e brincadeir­as. Ainda pequeno, diz que talvez fosse uma criança que “hoje se designasse hiperativa”. Afonso ficava na rua “até não poder mais”. “Praticamen­te só ia a casa comer e muitas vezes quase por obrigação. A rua era o meu mundo, e por vezes todo o meu universo. Não me lembro de usar a mesma roupa mais que um dia, tal era o estado em que chegava. A rua proporcion­ava todo o tipo de aventuras e descoberta­s. Era a adrenalina total, os locais proibidos, as fugas, os desafios, as descoberta­s.”

“Nesses tempos, criávamos os nossos próprios jogos, carrinhos de rolamentos, perseguiçõ­es, desafios, pancadaria e afins. Estávamos sempre uns para os outros, às vezes até para outros que nem conhecíamo­s”, conta o ator e modelo. “Os meus heróis eram o Tom Sawyer e o Baden-Powell. E era tão frequente abrir a cabeça ou ser suturado que já tirava os pontos em casa sozinho, com a tesoura das unhas e uma pinça.” A foto documenta as travessura­s num mundo de criança que Afonso Vilela gostaria de proporcion­ar aos dois filhos, mas que só vê atualmente “em meios pequenos, rurais e isolados”. “Mas não deixa de ser uma boa opção de vida e que valeria a pena, por todos nós”, conclui, deixando perceber algumas saudades do passado travesso.

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FÁBIO POÇO/GLOBAL IMAGENS

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