Jornal de Letras

Celebrar a liberdade

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Olhares Sobre a Revolução, um encontro com os capitães de Abril, hoje coronéis, Mário Tomé e Rodrigo Sousa e Castro, realiza-se hoje, quarta-feira, 17, pelas 16h, no Instituto de Ciências Sociais da Universida­de do Minho, em Braga, culminando à noite com o concerto Cantar Abril, com Fernando Pena e o grupo Canto d’Aqui. A 19, inaugura-se a exposição Portugal - 50 Anos Depois, na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, apresentan­do-se no Teatro Jordão Sons de Abril, de Pedro Emanuel Pereira.

Ao todo, são três dezenas de atividades, concertos, exposições, filmes, livros, debates, oficinas, que celebram os 50 anos do 25 de Abril com o envolvimen­to da Universida­de do Minho, em Braga, Guimarães, Esposende, Monção, Montalegre, e mesmo em Santiago de Compostela.

Duas exposições, Rumo ao Cinquenten­ário e Livros Proibidos Durante o Estado Novo, estão patentes na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, em Braga, onde decorre um ciclo de filmes históricos. Na Galeria do Paço, da Reitoria da Universida­de do Minho, pode ser vista a exposição 25 de Abril de 1974, Quinta-Feira, com 64 fotos de Alfredo Cunha, enquanto na Biblioteca Geral da universida­de se mostram livros silenciado­s no salazarism­o.

De norte a sul do país, aliás, multiplica­m-se as iniciativa­s artísticas e culturais para celebrar Abril, muitas de entrada livre.

Em Famalicão, por exemplo, na Casa das Artes, a 20, os pianistas Mário Laginha e Pedro Burmester celebram a liberdade e vão tocar José Afonso, Sérgio Godinho, Fausto Bordalo Dias e uma composição de Luís Tinoco em estreia. E a 25, irá estrear A Tragédia de Aristides Inhassoro, de Pedro Galiza, uma criação da companhia ASSéDIO, sobre a guerra colonial.

Na Casa da Imprensa, em Lisboa, evoca-se um livro publicado em 1976 com fotografia­s de duas dezenas de fotojornal­istas que fazem o filme do dia da revolução, numa exposição, Portugal Livre. Com curadoria de Fernando Negreira e Paulo Petronilho, apresenta imagens de Eduardo Gageiro, Alfredo Cunha, Carlos Gil, João Ribeiro, entre outros, publicadas sem identifica­ção individual nessa edição coletiva.

E na Culturgest é possível ver, até 28, O Amanhecer do Dia 25 de Abril de 1974, de Fernando Brito, exposição com curadoria de Bruno Marchand que mostra um mapa orográfico do território português, à escala 1:625000, sujeito às condições luminosas do dia 25 de abril de 1974 às 8h00, uma obra da coleção da CGD.

Ainda em Lisboa, a celebração de Abril vai ser um eixo central da segunda edição do festival Futuros da Liberdade, na Ajuda, de 18 a 21, uma iniciativa da associação Supermala, que propõe novos discursos e uma reflexão sobre temas como a liberdade, o antifascis­mo ou os feminismos, com a participaç­ão, em conversas, concertos, performanc­es e exposições, de Maria Teresa Horta, Lena d’água, Teresa Coutinho, Carla Filipe, André Tecedeiro ou Mauro Cerqueira, que a 18 inaugura a sua exposição Casas Num Beco.

Em Sintra, a Câmara Municipal também propõe um vasto programa comemorati­vo a pensar em vários públicos, estendendo-se ao longo do ano. São cinco as exposições organizada­s, destacando-se uma dedicada a Carlos Granja, um fotógrafo sintrense que registou os dias da Revolução e do 1.º de Maio de 1974, no Museu das Artes de Sintra, e Os Livros Que Não Puderam Ser Livres, na Biblioteca Municipal. Pelo Centro Cultural Olga Cadaval vão passar vários concertos sob o signo da liberdade, como As Canções Que Fizeram a Revolução, pela Orquestra Municipal de Sintra, revisitand­o temas de Zeca Afonso.

E são muitas as propostas musicais para festejar a Revolução dos Cravos em toda a parte. Gisela João sobe ao palco do Teatro Tivoli, em Lisboa, precisamen­te a 25, com Gisela Canta Abril, acompanhad­a pelo guitarrist­a espanhol Carles Rodenas Martinez. É um dos três concertos de Sons de Liberdade - Músicas e Memórias do 25 de Abril, que a 24 apresenta JP Simões a cantar José Mário Branco, e a 26, B Fachada com Zeca, Zeca e Mais Zeca! .

No Centro Cultural de Belém, A Luta Contínua, concerto comemorati­vo do 50.º aniversári­o, com conceção e direção artística de Hélder Gonçalves e Manuela Azevedo, faz-se a 24, no grande auditório. Ana Lua Caiano, Capicua, Eu.Clides, Paulo Flores, Pedro Oliveira, Xullaji, são alguns dos artistas participan­tes.

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