Ensino Secundário e profissional
O ensino secundário geral, antes da Revolução, apenas respondia ao que as classes dominantes e economicamente mais favorecidas almejavam
A evolução da Educação desde o 25 de abril de 1974 foi um rumo percorrido com muita persistência e trabalho ímpar, que conseguiu recuperar anos de atraso e muito analfabetismo. De uma obrigatoriedade de quatro anos de escolarização, passando a nove e chegando aos atuais doze foi uma proeza universalmente assinalável.
O ensino secundário geral, antes da revolução, apenas respondia ao que as classes dominantes e economicamente mais favorecidas almejavam, e somente cerca de vinte por cento dos jovens tinham essa formação que indiciava a entrada no ensino superior. Assumindo que mais estudos correspondiam a um elevar social, e económico dos jovens, muitas famílias orientavam os seus educandos para a chamada “Escola Técnica”, cujas formações especializadas atribuíam uma certificação profissional que apelidávamos de “cursos médios”.
O AGLUTINAR DESSA DISCRIMINATÓRIA oferta educativa, que numa primeira fase foi muito penalizadora, veio no entanto a promover outras vias de formação, necessárias para responder às necessidades e para dar respostas diferenciadas a jovens que não se reviam no que ousou chamar de “ensino regular”.
Pese embora a Lei de Bases do Sistema Educativo, em 1986, tivesse reorganizado todo o sistema, uma cultura de retenção limitou em demasia o prosseguimento de estudos, nomeadamente no que se refere à conclusão do ensino secundário, sendo que cerca de metade dos jovens não completava este nível de ensino. Foi assim que em 1989, nasceu um subsistema do secundário através do Decreto-Lei n. º26/89 e em conformidade com o artigo 19 da Lei de Bases do Sistema Educativo português, através da criação das escolas (públicas
e privadas) profissionais de nível III.
O definir de um Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, as Aprendizagens Essenciais, tudo conjugado com o essencial objetivo da Inclusão tem vindo a revelar um crescente evoluir na formação dos nossos jovens, que se reflete num aumento substancial de frequência do ensino superior, mas também de uma melhor qualificação profissional especializada proporcionada pelos diversos cursos profissionais.
* Adelino Calado foi diretor de Agrupamento Escolas e é consultor na área da Educação da Associação ES+