Jornal de Notícias

SÓCRATES SEM NOTIFICAÇíO DE CARLOS ALEXANDRE

Advogado acredita que o ex-primeiro-ministro vai ser libertado Prazo para juiz decidir sobre medidas de coação termina hoje

- António Soares e Carlos Varela policia@jn.pt

João Araújo disse ontem não ter dúvidas de que Sócrates será libertado, sem especifica­r se será já na reavaliaçã­o das medidas de coação, cujo prazo termina hoje, ou no âmbito do recurso que está na Relação.

Quando abandonou o Departamen­to de Investigaç­ão e Ação Penal (DCIAP (ver página 2), onde Sócrates esteve a ser ouvido durante horas, o advogado João Araújo garantiu que ainda não tinha sido notificado de novo interrogat­ório pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, no âmbito da reavaliaçã­o das medidas de coação a que José Sócrates está sujeito.

Hoje, passam três meses desde a data em que foi decretada pelo juiz a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro e Carlos Alexandre terá obrigatori­amente de se pronunciar sobre a sua manutenção ou mudança, esta última considerad­a pouco provável.

Nos últimos dias, tem sido aventada a possibilid­ade de novo interrogat­ório ao ex-primeiro-ministro, para que ele seja confrontad­o com novos indícios resultante­s da investigaç­ão, mas nada parece indicar que tal venha a acontecer. Nem Carlos Alexandre está obrigado a fazê-lo

Requereu ser ouvido

Ontem, João Araújo também não explicou se a libertação que vaticina é a que poderá ser decidida hoje por Carlos Alexandre ou se se referia à decisão do Tribunal da Relação de Lisboa sobre o recurso que apresentou relativame­nte à prisão preventiva. “Vai ser libertado, vai”, foi a única coisa que disse. Os novos indícios recolhidos pela investigaç­ão já foram transmitid­os a este tribunal superior, precisamen­te no âmbito da resposta do Ministério Público ao recurso de José Sócrates.

O advogado, que foi acompanhad­o nas diligência­s pelo seu colega Pedro Dellile, confirmou também que José Sócrates “já requereu ser ouvido de novo [por Carlos Alexandre]” e, quanto aos “chamados novos factos”, adiantou não saber quais são.

Da mesma forma, o causídico repetiu que não vai usar o habeas corpus, por entender “não ser justificad­o nem necessário”. “O nosso método é prosseguir pelas vias normais enquanto entendermo­s que o processo está a seguir um curso normal. Quando isso acabar, nós entraremos em métodos extraordin­ários”, avisou.

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NUNO PINTO FERNANDES/GLOBAL IMAGENS João Araújo e Pedro Dellile acompanhar­am Sócrates na inquirição
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LOBAL IMAGENS Carlos Alexandre Deverá decidir hoje sobre medidas de coação a Sócrates

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