SÓCRATES SEM NOTIFICAÇÃO DE CARLOS ALEXANDRE
Advogado acredita que o ex-primeiro-ministro vai ser libertado Prazo para juiz decidir sobre medidas de coação termina hoje
João Araújo disse ontem não ter dúvidas de que Sócrates será libertado, sem especificar se será já na reavaliação das medidas de coação, cujo prazo termina hoje, ou no âmbito do recurso que está na Relação.
Quando abandonou o Departamento de Investigação e Ação Penal (DCIAP (ver página 2), onde Sócrates esteve a ser ouvido durante horas, o advogado João Araújo garantiu que ainda não tinha sido notificado de novo interrogatório pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, no âmbito da reavaliação das medidas de coação a que José Sócrates está sujeito.
Hoje, passam três meses desde a data em que foi decretada pelo juiz a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro e Carlos Alexandre terá obrigatoriamente de se pronunciar sobre a sua manutenção ou mudança, esta última considerada pouco provável.
Nos últimos dias, tem sido aventada a possibilidade de novo interrogatório ao ex-primeiro-ministro, para que ele seja confrontado com novos indícios resultantes da investigação, mas nada parece indicar que tal venha a acontecer. Nem Carlos Alexandre está obrigado a fazê-lo
Requereu ser ouvido
Ontem, João Araújo também não explicou se a libertação que vaticina é a que poderá ser decidida hoje por Carlos Alexandre ou se se referia à decisão do Tribunal da Relação de Lisboa sobre o recurso que apresentou relativamente à prisão preventiva. “Vai ser libertado, vai”, foi a única coisa que disse. Os novos indícios recolhidos pela investigação já foram transmitidos a este tribunal superior, precisamente no âmbito da resposta do Ministério Público ao recurso de José Sócrates.
O advogado, que foi acompanhado nas diligências pelo seu colega Pedro Dellile, confirmou também que José Sócrates “já requereu ser ouvido de novo [por Carlos Alexandre]” e, quanto aos “chamados novos factos”, adiantou não saber quais são.
Da mesma forma, o causídico repetiu que não vai usar o habeas corpus, por entender “não ser justificado nem necessário”. “O nosso método é prosseguir pelas vias normais enquanto entendermos que o processo está a seguir um curso normal. Quando isso acabar, nós entraremos em métodos extraordinários”, avisou.