Credores dão 2 meses para relançar hospital privado
Parceria com o Governo da Líbia poderá ser retomada
OS CREDORES da Casa de Saúde de Guimarães, empresa que gere equipamentos de saúde como o Hospital Privado vimaranense, tem mais dois meses para apresentar um plano em que se compromete a viabilizar a atividade sem gerar mais dívidas.
A decisão foi o resultado da assembleia de credores realizada ontem no Tribunal Judicial de Guimarães. Dos 1300 credores, compareceram apenas 173, mas correspondentes a 77,5% dos votos. Ou seja, quase só estiveram presentes os grandes credores, como os bancos, Finanças e Segurança Social.
A maioria votou favoravelmente a concessão de mais dois meses de atividade. Teófilo Ribeiro Leite, presidente do Conselho de Administração da Casa de Saúde, mantém-se com os poderes da administração e tem até à assembleia de credores de 27 de maio para apresentar um plano. 2014, o volume de negócios subiu 123 mil euros (passou de 767 mil para 890). Na base deste crescimento estão os números do Internamento e Urgência. No primeiro caso, registou-se um crescimento de quase 40% (de 222 mil euros para 310 mil). Já na Urgência, a faturação cresceu 22,5%, de 89 mil euros para 105 mil. “Neste momento, já existem vários parceiros interessados no desenvolvimento desta colaboração com a Casa de Saúde de Guimarães e daqui resultará, certamente, um plano que venha a merecer a aprovação dos credores”, adiantou o administrador.
Entre esses parceiros está o grupo Luz Saúde, que nasceu das cinzas do Espírito Santo Saúde, que já assinou um memorando de entendimento que pressupõe a entrada de capital na Casa de Saúde, de forma a injetar liquidez que permita a continuação da atividade das cinco clínicas, hospital e dois hotéis.
Há, ainda, a possibilidade de o Hospital Privado retomar a parceria com o Governo da Líbia para tratamento dos soldados feridos da guerra civil daquele país. Recorde-se que a Casa de Saúde de Guimarães assinou, em 2013, um acordo para o tratamento de soldados. Em troca dos cuidados de saúde, a empresa vimaranense ia receber cerca de 20 milhões de euros.
Em 2013, foram faturados mais de sete milhões, mas “a situação de instabilidade na Líbia não permitiu que a parceria se mantivesse em 2014”, explica Teófilo Leite. Agora, o administrador quer retomar contactos para completar a parceria com o Governo líbio, uma vez que o contrato “está interrompido, mas não está cancelado”, acrescenta. Teófilo Leite vai mais longe e revela que, se não fosse a instabilidade na Líbia, “a Casa de Saúde de Guimarães estaria com estes problemas ultrapassados”.