França retira passaportes a jiadistas
Medida antiterrorista aprovada em novembro foi utilizada pela primeira vez
As autoridades francesas apreenderam ontem os passaportes de seis alegados jiadistas que se preparavam para viajar para a Síria. Esta é a primeira vez que é utilizada esta medida antiterrorismo.
Aaplicação desta medida, uma das que integram um pacote legislativo aprovado em novembro, foi anunciada pelo ministro do Interior, Bernard Cazeneuve. “Hoje, foram assinadas estas seis decisões administrativas que impedem o abandono do país. Outras 40 estão em preparação”, explicou o ministro.
“Nós quisemos esta medida (...) porque se o povo francês sai para cometer atos no Ira- que e na Síria, quando regressar representa um perigo ainda maior para o território nacional e arrisca cometer atos de terrorismo em larga escala”, explicou ainda Bernard Cazeneuve.
O Governo francês calcula que cerca de 1400 cidadãos mantenham algum tipo de ligação com as células de recrutamento para a Síria e o Iraque, dos quais cerca de 400 estão já em combate nessas áreas.
Alguns dos jiadistas impedidos, ontem, de abandonar França foram sinalizados às autoridades através de uma linha de atendimento colocada em funcionamento em 2014, enquanto outros foram identificados através de investigações em curso.
Os visados têm ainda a pos- sibilidade de recorrer da decisão para um tribunal administrativo.
O nível de alerta terrorista em França está num nível máximo desde os ataques ocorridos há um mês em Paris e em que morreram 17 pessoas.
Ontem, a França decidiu também enviar o porta-aviões Charles de Gaulle para o Golfo para integrar as operações militares lideradas pelos Estados Unidos que combatem os extremistas do Estado Islâmico.
“A integração do ‘Charles de Gaulle’ na operação começa esta manhã”, afirmou o gabinete do ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian. O primeiro caça Rafale descolou de manhã do porta-aviões em direção ao Iraque.
A presença do “Charles de Gaulle” reduz para metade o número de voos necessários para atingir o Iraque para lançar ataques contra zonas controladas pelo Estado Islâmico.