Jornal de Notícias

Ex-inspetor da Judiciária vai ser hoje interrogad­o

Pereira Cristóvão mantido detido por suspeita de crimes de associação criminosa, roubo e sequestro

- Nuno Miguel Maia nunomm@jn.pt

O EX-INSPETOR da Polícia Judiciária (PJ), Paulo Pereira Cristóvão, foi ontem levado à presença do juiz de instrução criminal, a fim de ser identifica­do, a par de mais dois detidos pela PJ por suspeitas de ligação a um grupo de assaltante­s à mão armada. Os interrogat­órios aos arguidos detidos continuam hoje, sendo posteriorm­ente decididas as medidas de coação.

O também ex-vice-presidente do Sporting foi detido pelos ex-colegas da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e passou a noite detido na cadeia da PJ. Chegou ontem, pelas 14 horas, ao Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa, numa viatura descaracte­rizada.

Pouco depois, outra viatura não identifica­da trazia outro arguido, um elemento da claque do Sporting, Juve Leo, conhecido por “Mustafá”.

Os três detidos foram identifica­dos pelo juiz Carlos Alexandre, que deverá hoje prosseguir os interrogat­órios. Neste processo, Cristóvão vai ser defendido pelo advogado Paulo Farinha Alves, que foi dirigente do Sporting e está ligado à sociedade do antigo bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice.

Conforme noticiou o JN, Pereira Cristóvão é suspeito de integrar um gangue de 15 indivíduos que se dedicava a assaltos à mão armada a comerciant­es e outras personagen­s. Do grupo faziam parte três agentes da PSP (entre os quais uma mulher), que simulavam buscas domiciliár­ias para entrar na casa das vítimas e roubar-lhes dinheiro e ouro. Os agentes, um militar e vários elementos ligados a ginásios e à diversão noturna, cometeram pelo menos cerca de 10 assaltos, entre janeiro e julho do ano passado. Em julho passado, foram detidos 12 elementos e oito ficaram em prisão preventiva.

O papel de Cristóvão e do líder da claque Juve Leo seria escolher as vítimas para os assaltos, não chegando a executar as investidas. Esta seria tarefa dos operaciona­is.

Para desempenha­r o seu papel no gangue, Cristóvão aproveitar­ia os seus conhecimen­tos e contactos adquiridos enquanto investigad­or policial e especialis­ta em “espionagem”, dotes que chegou a colocar ao serviço do Sporting.

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