Jornal de Notícias

Exposição Fernão Mendes Pinto até dia 31

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AROUCA No âmbito da comemoraçã­o dos 800 anos da Língua Portuguesa, a Biblioteca Escolar de Escariz dispõe de um certame com 19 painéis de Fernão Mendes Pinto. A exposição ”Deslumbram­entos do olhar” está aberta ao público até ao final do mês.

Há uns anos, quando falava de bom senso, disseram-me que tal coisa não existe, porque o que era sensato para mim podia não o ser para ele ou outra pessoa.

Há mais tempo ainda, depois de defender o comércio de rua, evitando atacar o shopping, alguém me disse que em Espanha me chamariam “sipero”, porque a seguir a cada “si” (sim), acrescenta­va um “pero” (mas).

Continuo “sipero” (com poucas certezas) e sempre atrás do bom senso (o que quer isso seja).

Por exemplo, entre setor público e setor privado, penso que o que importa é aprender com os bons (e maus) exemplos, sem ver à partida o mercado como um poço de virtudes, ou o Estado como a solução para tudo e em todo o lado.

Entre poder local e central, penso que importa valorizar ambos e, em Portugal, criar poder regional e reforçar áreas metropolit­anas e comunidade­s intermunic­ipais, já que, por comparação, o centralism­o é excessivo e, além disso, pouco eficiente (além de parolo e presunçoso, por alguns se acharem capazes de decidir questões de dimensão local ou regional, apesar de pouco saberem sobre o espaço onde cada um vive).

Também entre políticas setoriais, orientadas por um tema (justiça, economia, transporte­s, ...), e políticas territoria­is, orientadas para a procura da melhor combinação de temas num território específico, o (meu) bom senso dizme que deve haver uma maior valorizaçã­o destas.

De resto, é nessa linha, de cruzamento de temas – e valorizaçã­o de escalas – que se afirma o conceito de cresciment­o inteligent­e que a Europa traça como central no horizonte 2020, no que isso implica procurar respostas adequadas (e participad­as) a cada país região, cidade e lugar. Ou seja, o espaço importa! Ainda à procura do bom senso, “si”, é certo, “pero” pensando tê-lo já um pouco, fico feliz, geógrafo que sou.

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