Sobrevivente escapa a julgamento por mortes no Meco
Juiz apela a pais das vítimas para aceitarem “evidências” e a realidade trágica
O TRIBUNAL de Setúbal livrou, ontem, João Gouveia de ir a julgamento pela mortes dos seis colegas da Universidade Lusófona, há mais de um ano, no Meco.
Contra o único sobrevivente daquela tragédia não foram provados os indícios dos crimes de exposição ou abandono das vítimas, como defendiam os pais dos alunos mortos. “Eram todos adultos! Estavam lá porque queriam”, concluiu o juiz Nélson Escórcio.
Sem ler o acórdão e num tom informal, o juiz pediu aos pais emocionados para “olharem objetivamente para estes autos”, com cerca de 3000 páginas. “Assimilem e aceitem as evidências, a realidade – que não é extraordinária, maléfica, conspiratória. Apenas profundamente dolorosa”.
“Tentem”, apelou Nélson Escórcio, para quem João não
21 de janeiro/2014
Perante a mediatização mantinha sobre “os colegas falecidos um qualquer efetivo dever de guarda, vigia ou assistência e os tenha, já no mar, deixado à sua sorte, daí resultando um aumento dos riscos que corriam”.
“Procuram os assistentes (familiares das vítimas) dar ênfase às práticas de praxe, mas fizeram-no e fazem-no esquecendo o contexto, a idade, o propósito dos jovens naquelas envolvidos”, alega no despacho de não pronúncia.
Apesar das muitas questões para as quais não houve respostas, o juiz frisou que “ficam apenas as palavras do próprio arguido”, que considerou também “uma vítima”, dado o “impacto profundamente negativo e traumatizante” desta tragédia.
Perante o segundo arquivamento deste caso, o representante dos pais, o advogado Vítor Parente Ribeiro, adiantou, ao JN, que irá recorrer para a última estância possível a nível nacional: o Tribunal da Relação.
À saída, Fernanda Cristóvão, mãe de uma das vítimas, Catarina Soares, avisou que os pais vão “continuar a lutar” pela verdade. UM BOMBEIRO de Viana do Castelo, a quem foi detetado excesso de álcool após um acidente entre a ambulância que conduzia e um motociclo, arrisca um processo disciplinar. Neste momento, o Comando da corporação está a investigar as causas do acidente.
A existência de uma averiguação interna foi ontem revelada pelo vice-presidente dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo, José Salgado. O responsável acrescentou que, depois de concluída a investigação, vai ser decidida “a abertura, ou não, de um processo disciplinar”.
Em causa está um acidente ocorrido no dia 24 de fevereiro, na freguesia de Outeiro. O motorista da ambulância apresentava, segundo fonte da GNR, “uma taxa de alcoolemia de 0,29 gramas por li- tro, tendo sido instaurado um processo de contra ordenação grave”. A taxa limite imposta aos condutores de veículos prioritários é de 0,20 gramas por litro.
Sobre este caso, o comandante dos Voluntários de Viana do Castelo, Cândido Carvalho, explicou que o bombeiro “estava de folga naquele dia e fez um favor à corporação porque, na altura em que foi recebida a chamada para a emergência, não havia gente”. Para o comandante, o que aconteceu a seguir “não passou de um incidente”.
“A ambulância circulava num caminho estreito. O motorista parou para recolher os retrovisores, evitando que fossem danificados pelos muros, e, nessa altura, surgiu, em sentido contrário, um motociclo que não conseguiu evitar o embate”, contou. A emergência foi assegurada por outra corporação da cidade.