CINCO PROCESSOS SOMAM QUASE SEIS MIL EUROS
Pedro Santana Lopes defendeu, anteontem à noite, que o primeiro-ministro deve pedir desculpa aos portugueses pela sua dívida à Segurança Social. Entretanto, o PS decidiu questionar diretamente Passos Coelho, após o chumbo das suas questões em sede de comissão parlamentar.
“Se a falha existiu, só há duas atitudes: ou pede desculpas ou assume as consequências”, disse Santana na SIC Notícias. Embora destacando que “houve manifestamente uma falha que o primeiro-ministro deve clarificar”, o ex-líder do PSD recordou que, no período em que acumulou a dívida, quem queria regularizar a situação contributiva tinha uma tarefa “complexa” dada a “sobreposição de regimes”.
Também António Vitorino, antigo comissário europeu e ministro de Guterres, considerou que “era uma boa ocasião para pedir desculpas aos portugueses”. E “o caso está a ser mal gerido a nível político”, sendo “um erro permitir que haja uma dúvida sobre se, mesmo tendo pago a dívida já prescrita, pagou tudo ou não porque isso mantém em lume brando a questão”. 3 Cinco processos de execução fiscal que totalizam quase seis mil euros, instruídos entre 2003 e 2007, constarão do processo do contribuinte Pedro Passos Coelho, segundo informação veiculada ontem pelo “Expresso”. O primeiro terá sido instruído em maio de 2003 e finalizado em junho do mesmo ano, rondando os 100 euros, escreve o semanário. O segundo terá sido instaurado em fevereiro do ano seguinte e concluído em novembro de 2005, registando valores bem mais elevados, acima dos dois mil euros. O terceiro, de julho de 2004 (que termina em agosto de 2005), ronda o mesmo valor, enquanto o quarto processo de execução fiscal, que é de julho de 2006 e foi fechado logo no mês seguinte, totaliza quase 800 euros. Por último, o processo instruído no final de 2007 pouco ultrapassará os 100 euros. Durante os anos em que enfrentou estes processos, Pedro Passos Coelho passou por várias empresas, recorda o “Expresso”, destacando a Fomentinvest. O gabinete do primeiro-ministro recusou-se, porém, a comentar a existência daqueles processos, refere o semanário, sublinhando que as alegações correm há algum tempo. As informações já se encontram, aliás, detalhadas em blogues na Internet.