Jornal de Notícias

Cooperação internacio­nal compensa falta de meios

- ANA GASPAR

A MINISTRA da Administra­ção Interna, Anabela Rodrigues, admitiu ontem que não tem meios suficiente­s para o combate ao terrorismo, mas que conta com a cooperação europeia e internacio­nal para travar essa luta.

Os meios “são sempre escassos por definição e é sempre possível fazer melhor com os mesmos meios” disse no Parlamento durante a apresentaç­ão das propostas de lei destinadas a adaptar a atual legislação à Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo (ENTC) .

Em resposta a questões colocadas por José Luís Ferreira, do PEV, e Telmo Correia, do CDS-PP, sobre o reforço de meios, a ministra respondeu que “o combate ao terrorismo não se faz unicamente a nível nacional”, mas sobretudo no âmbito da cooperação europeia e internacio­nal. Sendo que a ENCT prevê a cooperada ção com entidades como o Eurojust (cooperação entre magistrado­s e órgãos policiais para combater a criminalid­ade transfront­eiriça), Europol (polícia europeia) e a Frontex (agência para o controlo de fronteiras).

Mas foram as alterações à Lei da Nacionalid­ade e à Lei de Combate ao Terrorismo que suscitaram mais reticência­s por parte da Oposição. Na primeira, José Luís Ferreira criticou facto de a nacionalid­ade por naturaliza­ção ser concedi- a quem não constitua uma ameaça ou perigo para a segurança nacional. No seu entender, são “requisitos negativos” de cuja constituci­onalidade disse ter “dúvidas”. No segundo caso, quer PEV quer BE questionar­am a criminaliz­ação das viagens para território­s com intuito de aderir a grupos terrorista­s e o acesso a sites da Internet onde se faça a apologia do terrorismo, por não fazer a previsão de atos concretos. A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, explicou, também no plenário, que no caso do acesso a sites terrorista­s os procedimen­tos de investigaç­ão são os mesmos utilizados no combate à pedofilia e ao abuso de menores.

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