Procuradora pede “justiça” para gangue do multibanco
Grupo suspeito de roubar 400 mil euros em 22 ATM que faziam explodir
ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA FAZIA PARTE DO GRUPO COM FUNÇÕES DE VIGILANTE
COMEÇARAM, ontem, no Tribunal de Matosinhos, as alegações finais do julgamento de nove indivíduos que, perante o coletivo de juízes, respondem por provocar explosões que destruíram 22 multibancos para furtar cerca de 400 mil euros. O grupo, que integra apenas uma mulher – uma jovem estudante universitária, oriunda de uma família rica – tem algumas singularidades: a maioria dos seus pretensos membros residia na área de Vila do Conde, tinham atividade profissional e era composto por “novos e velhos”, com idades entre 23 e 62 anos, sendo que os mais idosos são dois cidadãos romenos, com mandados internacionais de detenção, devendo brevemente ser entregues às autoridades francesas.
Acusados de associação criminosa, furto qualificado e simples, falsificação de documentos, uso de armas ilegais e explosão prevista, os arguidos – seis em prisão preventiva e três em domiciliária, optaram pelo silêncio em julgamento, exceto a estudante, que teria funções de vigilância, e que terá desempenhado esse papel a rogo do namorado de então.
Para a representante do MP, a “prova produzida” deixou-a “convencida”, de que no grupo “não há inocentes”. Porém não aludiu a nenhuma prova concreta e, talvez por isso, pediu apenas “justiça”.
Fernando Moura, advogado dos arguidos romenos começou por alegar sobre a “associação criminosa”, dizendo-a categoricamente “inexistente” porque no processo ”não existe nenhum dos seus pressupostos”.
Sobre a prova produzida, quer no inquérito, quer em audiência, Fernando Moura diz que, “toda somada, dá dois zeros, um por cada dos meus arguidos”.O advogado apro- veitou para zurzir nas investigações “mal feitas” e nos “megaprocessos” que, entende, dificultam o trabalho de todos, incluindo o de “quem tem de decidir”.
No final, além de reiterar as críticas para facto de os romenos estarem “em preventiva há dois anos e 4 meses”, pediu a sua absolvição.
As restantes alegações terão lugar no próximo dia 11.