Jornal de Notícias

Procurador­a pede “justiça” para gangue do multibanco

Grupo suspeito de roubar 400 mil euros em 22 ATM que faziam explodir

- Óscar Queirós policia@jn.pt

ESTUDANTE UNIVERSITÁ­RIA FAZIA PARTE DO GRUPO COM FUNÇÕES DE VIGILANTE

COMEÇARAM, ontem, no Tribunal de Matosinhos, as alegações finais do julgamento de nove indivíduos que, perante o coletivo de juízes, respondem por provocar explosões que destruíram 22 multibanco­s para furtar cerca de 400 mil euros. O grupo, que integra apenas uma mulher – uma jovem estudante universitá­ria, oriunda de uma família rica – tem algumas singularid­ades: a maioria dos seus pretensos membros residia na área de Vila do Conde, tinham atividade profission­al e era composto por “novos e velhos”, com idades entre 23 e 62 anos, sendo que os mais idosos são dois cidadãos romenos, com mandados internacio­nais de detenção, devendo brevemente ser entregues às autoridade­s francesas.

Acusados de associação criminosa, furto qualificad­o e simples, falsificaç­ão de documentos, uso de armas ilegais e explosão prevista, os arguidos – seis em prisão preventiva e três em domiciliár­ia, optaram pelo silêncio em julgamento, exceto a estudante, que teria funções de vigilância, e que terá desempenha­do esse papel a rogo do namorado de então.

Para a representa­nte do MP, a “prova produzida” deixou-a “convencida”, de que no grupo “não há inocentes”. Porém não aludiu a nenhuma prova concreta e, talvez por isso, pediu apenas “justiça”.

Fernando Moura, advogado dos arguidos romenos começou por alegar sobre a “associação criminosa”, dizendo-a categorica­mente “inexistent­e” porque no processo ”não existe nenhum dos seus pressupost­os”.

Sobre a prova produzida, quer no inquérito, quer em audiência, Fernando Moura diz que, “toda somada, dá dois zeros, um por cada dos meus arguidos”.O advogado apro- veitou para zurzir nas investigaç­ões “mal feitas” e nos “megaproces­sos” que, entende, dificultam o trabalho de todos, incluindo o de “quem tem de decidir”.

No final, além de reiterar as críticas para facto de os romenos estarem “em preventiva há dois anos e 4 meses”, pediu a sua absolvição.

As restantes alegações terão lugar no próximo dia 11.

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JOÃO MANUEL RIBEIRO/GLOBAL IMAGENS Grupo acusado de provocar explosões para assaltar ATM

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