Felgueiras fez a festa mas vencedor ainda não levantou prémio
Boletim de 10 euros registado no café Agueiros valeu 100 milhões Ninguém sabe quem é o 55.º primeiro premiado português
Felgueiras esteve ontem em festa. O boletim do único totalista português do prémio do Euromilhões foi registado no café Agueiros. Povo ficou radiante, mas não sabe quem é o “excêntrico”.
Foi acordar e festejar. O café Agueiros, na localidade de Margaride, a um quilómetro do centro de Felgueiras, é o local onde foi registado o boletim do mais recente euromilionário português. O feito foi celebrado com pompa e circunstância pelo proprietário que acolheu a festa organizada pela Santa Casa da Misericórdia.
Houve música, dança, confetes e uma limusina para assinalar o feito. Só faltou mesmo o euromilionário, que não se sabe quem é ou se até é mais do que uma pessoa. Sabe-se, apenas, que o boletim premiado foi “uma aposta de 10 euros, correspondendo a cinco apostas simples”, disse Anabela Sancho, diretora da Comissão Executiva do Departamento de Jogos da Santa Casa.
Apesar da ausência do novo “excêntrico” português, a festa durou toda a manhã. Nela participou Joaquim Leite, dono do café Agueiros, que se estreou na entrega de primeiros prémios, depois de já ter dado dois segundos: “É como se me tivesse saído a mim. É bom para a publicidade do café e para o cliente, que não sei quem é”.
Brincadeiras no Facebook
Na verdade, em Felgueiras ninguém parece saber. Durante o dia, aventaram-se muitas possibilidades, mas os visados negavam sempre ter ganho o prémio. A mais ouvida foi a história de um grupo de quatro amigos do centro de Felgueiras que tinha ganhado. Contudo, o pai de um deles negou ao JN o facto e explicou que “o boato surgiu porque eles disseram a brincar, no Facebook, que tinham ganhado”.
Agora, o euromilionário tem 90 dias para reclamar os 100 milhões de euros junto da delegação da Santa Casa da Misericórdia do Porto ou na sede em Lisboa. É obrigado, depois, ao pagamento do imposto de 20 milhões de euros, correspondente a 20% do prémio. A verba vai para os cofres do Estado devido à lei criada pelo ex-ministro Vítor Gaspar para prémios superiores a 5000 euros.
Desde o seu lançamento, em 2004, e até ao final de 2014, o Euromilhões atribuiu prémios no valor de 4956 milhões de euros e distribuiu, pela lista de beneficiários prevista na lei, resultados superiores a 4192 milhões de euros. Este foi o 55.° primeiro prémio português.