Predadores atacam quando crianças estão sós
“COMO TODAS estas aplicações põe pessoas em contacto, há predadores sexuais que usam as redes para chegar ao contacto, aliciar e abusar sexualmente das menores. Criam perfis falsos, fazendose passar por pessoas mais novas. Com falsas fotografias ou nomes falsos e pedem amizade. Mas também existem pedófilos que se fazem passar por fotógrafos profissionais ou agências de modelos apenas para levar as crianças a tirarem fotos. Jogam nos desejos das crianças”, explicou ao JN Tito de Morais, consultor em segurança na Internet para Criança.
O especialista está convencido de que, hoje em dia, os pedófilos usam as aplicações para telemóveis porque essas fogem mais à monitorização ou controlo dos pais. “Os contactos iniciais entre a vítima e o predador até podem ser feito através do Facebook que é uma rede muito massificada em Portugal com cinco milhões de utilizadores. Mas rapidamente o pedófilo irá passar para o WhatsApp ou o SnapChat que permitem um contacto mais privado e totalmente fora do controlo dos pais. As crianças usam os smartphones na cama, na casa de banho ou em qualquer sítio onde estejam sozinhas. Os pedófilos sabem bem isso e aproveitam”, garante o consultor que percorre as escolas do país e participa em dezenas de conferências sobre segurança na internet para crianças.
Nessas aplicações não existe praticamente nenhuma ferramenta de controlo parental e muitos pais até desconhecem a existência desses programas para telemóveis inteligentes, deixando as crianças expostas aos riscos. E quando um predador “agarrou” uma criança, que até já lhe enviou uma fotografia, chega a fase da chantagem. Na posse de uma foto menos própria, o predador ameaça o menor que vai difundir a imagem a todos os seus amigos de escola através do Facebook ou de outra rede social.
“Os pedófilos preferem os contactos privados feitos com os telemóveis” Tito de Morais