Igreja reconhece papel da mulher sem o sacerdócio
Papa defende presença feminina mais alargada e mais incisiva
NO MAIS IMPORTANTE dos documentos que já publicou – a exortação apostólica “Evangelii gaudium” (alegria do Evangelho) –, o Papa Francisco afirma que a Igreja Católica tem de “ampliar os espaços” para uma presença feminina “mais incisiva”, alargando essa presença aos “vários lugares onde se tomam decisões importantes, tanto na Igreja como nas estruturas sociais”.
É bom recordar hoje, Dia Internacional da Mulher, o papel que a Igreja Católica reconhece às mulheres, naquilo que pensa e nas práticas que consente.
A Igreja também foi, e ainda é, lenta no reconhecimento da identidade e da dignidade das mulheres, vítimas de discriminações e de servidões de que o mundo em geral ainda teima infligir-lhes, embora muitos países, incluindo Portugal, tenham dado significativos passos na aceitação da cidadania das mulheres quanto aos seus di- reitos, liberdades e garantias.
O Papa Francisco tem defendido a urgência de uma “profunda teologia da mulher” porque “uma Igreja sem as mulheres é como o Colégio Apostólico sem Maria”. Na sua opinião, “uma mulher, Maria, é mais importante do que os bispos”.
Os últimos papas, desde Paulo VI, consideram o eventual acesso das mulheres católicas ao sacerdócio uma questão fechada.
Diz o Papa Francisco, no documento já citado: “O sacerdócio reservado aos homens, como sinal de Cristo-Esposo que Se entrega na Eucaristia, é uma questão que não põe em discussão”.
Em nome da tradição bimilenar, dizia, no seu tempo, o Papa João Paulo II: “A Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
PAPAS TÊM RECUSADO DEBATE SOBRE ORDENAÇÃO DE MULHERES