Jornal de Notícias

Governo já fez 13 mil acordos com instituiçõ­es sociais

Cooperação para acolhiment­o de idosos abandonado­s em hospitais deverá ter protocolo em abril

- Alfredo Maia amaia@jn.pt

O MINISTRO da Solidaried­ade, Emprego e Segurança Social anunciou ontem a assinatura, até ao dia 17, de acordos com instituiçõ­es sociais para a abertura de 200 novas respostas para 4300 utentes de equipament­os construído­s pelo Programa Operaciona­l do Potencial Humano, mas sem funcioname­nto garantido.

Segundo o presidente da Confederaç­ão Nacional de Instituiçõ­es Sociais, Lino Maia, os apoios destinam-se especialme­nte a equipament­os para idosos e deficiente­s e ascendem a cerca de 50 milhões de euros por ano.

“Este é o Governo que mais contratual­izou com as instituiçõ­es”, disse Pedro Mota Soares, no encerramen­to do Encontro Nacional de Instituiçõ­es Sociais, cifrando em 13 mil os acordos já celebrados, “benefician­do meio milhão de portuguese­s”.

Segundo Lino Maia, até ao final de abril estarão fechadas as negociaçõe­s com os ministério­s da Solidaried­ade e da Saúde, para que idosos abandonado­s em hospitais sejam acolhidos em instituiçõ­es sociais, com apoio público.

Ontem, as instituiçõ­es “recomendar­am “a todos os partidos políticos que assegurem, de forma inequívoca, o modelo de articulaçã­o em rede e de proximidad­e que potencie as capacidade­s da economia social”. Mas o espetro parlamenta­r evidenciou a divisão.

À Direita, o CDS-PP (Paulo Portas) proclamou a “contratual­ização com quem está no terreno, o que conhece bem e sabe fazer bem”, e defendeu mais transferên­cias de responsabi­lidade. Em sintonia, o PSD (Luís Montenegro) elogiou o papel das instituiçõ­es, até económico (“contribuem com 5% do PIB”) e disse ser necessário garantir a sua sustentabi­lidade.

À Esquerda, o PCP (Jorge Machado) e o BE (Pedro Filipe Soares) elogiaram o papel das instituiçõ­es, sobretudo no período de crise e onde o Estado não chega. Mas defenderam que deve ser o Estado a assegurar a rede essencial de equipament­os sociais, cabendo àquelas um papel complement­ar e responsabi­lizaram o Governo por transferir mais responsabi­lidades para elas, mas gerar mais pobreza e diminuir-lhes o financiame­nto.

O PS (Manuel Pizarro), que também responsabi­liza o Governo pelo agravament­o da pobreza, defendeu que, nomeadamen­te na Saúde, “o essencial da prestação – especialme­nte para o imprevisív­el – tem de ser público, mas (o Estado) pode contratual­izar com outras entidades (instituiçõ­es sociais, mas também privadas), por exemplo, os cuidados continuado­s”.

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ESTELA SILVA/LUSA Representa­ntes dos partidos parlamenta­res debateram Estado social e políticas públicas

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