LIDERA BOMBEIROS E MOTARDS
Não é à toa que a população de Arcos de Valdevez lhe chama o “terramoto”. As ruas da vila minhota estremeceram, ontem, com a passagem de mil amantes das duas e quatro rodas em mais uma edição do Arcos TT. Os emigrantes vêm de propósito para o passeio de todo-o-terreno e os gastos podem atingir os quatro dígitos em poucos dias.
“Sou emigrante em Lausanne [Suíça] e venho de tão longe por causa do gosto pelas motas e pelas paisagens maravilhosas. Em quatro ou cinco dias, gasto mil euros, mas a gente trabalha para poder 3 A organização do Arcos TT está a cargo de Filipe Guimarães enquanto presidente do Moto Clube de Arcos de Valdevez, mas o responsável é também comandante dos bombeiros do concelho. “São duas doenças. Desde pequeno, tenho a paranoia das motas. Aos 18 anos, entrei nos bombeiros e é viciante, sobretudo quando sentimos que salvámos a vida de alguém. Felizmente, tenho conseguido conjugar todas estas atividades”, declarou Filipe. Além da Páscoa, do Natal e do mês de agosto, o Arcos TT é também já um motivo de regresso dos emigrantes arcuenses.
Nélson Martins, emigrado em França, participou no evento pela 10.ª vez. “Tudo incluído, devo gastar 400 euros. Fica caro, mas é com gosto. É uma alegria aproveitar este dia com os amigos e com as motos”, disse o jovem de 28 anos.
Considerado o maior passeio de motos todo-o-terreno da Europa, o evento reuniu pilotos de 15 nacionalidades e de várias idades. Um dos participantes mais novos foi Hugo Brito, de apenas nove anos. Apesar da juventude, confessou-se “confiante em cima da moto”, mas garantiu ao JN que ia “andar devagarinho”.
Ao todo, foram percorridos cerca de 90 quilómetros, no concelho de Arcos de Valdevez. A organização pensou num percurso para os menos aventureiros, mas a maior parte dos participantes arriscou passar em zonas mais sinuosas e com declives acentuados. Houve algumas quedas, embora sem consequências graves.