Militar da GNR morre a transportar provas de crimes
Ferreira do Alentejo Carro da GNR embateu num camião Cabo não resistiu e o chefe pode ter escapado porque ia com o banco reclinado
Duas pessoas morreram ontem de manhã, no espaço de uma hora, em acidentes de viação ocorridos em Ferreira do Alentejo e Torres Vedras. Entre as vítimas está um militar da Guarda Nacional Republicana.
Um cabo da GNR de Faro morreu e outro militar ficou ferido em serviço, ontem, na A2, em Ferreira do Alentejo. O carro onde seguiam embateu com violência na traseira de um camião. O veículo era conduzido pelo cabo Élio Pereira, de 43 anos, que teve morte imediata. O sobrevivente, chefe do Núcleo de Apoio Técnico do Comando Territorial de Faro, a que ambos pertencem, estaria a descansar com o banco reclinado. Conseguiu sair do carro e pedir ajuda. Sofreu ferimentos ligeiros e foi transportado para o Hospital de Faro. Uma hora antes, um despiste vitimou uma mulher em Torres Vedras (ver texto em baixo).
Os militares levavam vestígios recolhidos em cenários de crime. O destino da viagem era o Comando de Santarém, onde existe o único laboratório da guarda que serve o Sul e o Centro do país para comparação de impressões digitais. Viagens que faziam regularmente por não haver esta valência em Faro.
Perto das oito horas, ao quilómetro 129 da A2, numa altura de chuva intensa, embateram num camião de transporte de pescado. O carro da GNR ficou irreconhecível, debaixo do reboque do pesado de matrícula marroquina. Segundo o comandante do Destacamento de Trânsito de Beja, Nuno Afonso, “o embate terá ocorrido na faixa da direi- ta, tendo o condutor do pesado desviado para a berma”. Não havia marcas que indiciassem a existência de uma travagem brusca. As causas estão a ser investigadas. O JN apurou que os testes feitos ao condutor do pesado não acusaram álcool nem substâncias psicotrópicas.
Na GNR há quase 20 anos, Élio Pereira era um dos mais estimados militares de Faro, conhecido pela dedicação ao serviço. Os colegas receberam apoio psicológico.