Jornal de Notícias

Trabalho ao sábado para entregar cartas de condução

Pedidos e renovações de cartas de condução contarão, ainda, com melhorias no sistema informátic­o Executivo apresenta até final do mês restantes medidas para acabar com caos no Instituto da Mobilidade

- Leonor Paiva Watson leonorpaiv­a@jn.pt

O Governo vai apresentar um plano para acabar com os milhares de atrasos nas cartas de condução, até ao final deste mês. Entre as medidas, está a obrigação de os funcionári­os trabalhare­m ao sábado.

Oassunto está ainda a ser estudado com o Instituto da Mobilidade e dos Transporte­s (IMT) e pretende pôr fim a uma situação que tem vindo a ser caótica há mais de um ano. Tanto a Federação dos Sindicatos de Transporte­s e Comunicaçõ­es (Fectrans), o Automóvel Clube de Portugal (ACP), como a Associação das Escolas de Condução (APEC) já vieram a público denunciar, várias vezes, a confusão que se instalou no IMT. Basicament­e, e até ao momento, ver emitida ou renovada uma carta pode levar 12 meses.

As filas à porta do IMT, os telefones que não se atendem, a falta de recursos humanos e um sistema informátic­o que não ajuda têm sido as queixas recorrente­s.

Ainda ontem, Alcindo Cruz, da APEC, dizia, sem quaisquer reticência­s, que “a situação está pior”. Só para dar um exemplo, “o IMT antes tinha dois dias por semana para as escolas de condução, agora tem um”, denunciou. “Há instrutore­s de condução que para tratarem de um documento chegam a ir para a porta do IMT às duas da madrugada”, sublinhou.

Em breve, os funcionári­os do IMT terão de trabalhar ao sábado, mas ainda não se sabe se o farão o dia todo, ou se apenas a tempo parcial.

O sistema informátic­o

O JN sabe, porém, que o Governo está a estudar ainda melhorias para o sistema informátic­o do IMT. A notícia, declarou Carlos Barbosa, do ACP, “é excelente, porque grande parte do problema deve-se, precisamen­te, a um sistema informátic­o que não consegue dar resposta eficaz”. Isto mesmo disse já ao JN, por diversas vezes.

Recorde-se que o ACP é o organismo que mais trata da emissão ou renovação das cartas de condução, logo a seguir ao IMT, mas depende daquela entidade para a fase final do processo, antes de o documento ser enviado para a Casa da Moeda. Ou seja, o ACP acaba por depender do sistema informátic­o do IMT.

A ideia do Governo é acabar com os atrasos, mas, avisa Carlos Barbosa, “é bom que o sistema informátic­o permita cruzar os dados com os que existem no Instituto dos Registos e Notariado (IRN), no que diz respeito aos nomes e às fotografia­s”. Sobretudo para as renovações.

E em matéria de renovações, segundo a Fectrans, os motoristas do internacio­nal têm sido muito lesados, porque a guia passada pelo IMT não é válida no estrangeir­o, pelo que estes se veem obrigados a tirar a carta internacio­nal, que custa 30 euros.

O Governo tem agora até ao final do mês para apresentar as restantes medidas.

“O IMT agora só tem um dia por semana para as escolas de condução” Alcindo Cruz Pres. Esc. Condução “Grande parte do problema deve-se ao sistema informátic­o, que não dá resposta” Carlos Barbosa Pres. do ACP

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JOÃO MANUEL RIBEIRO/GLOBAL IMAGENS Executivo está a ultimar com o IMT as medidas para melhorar o sistema

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