Jornal de Notícias

Ambiente tem garantidos seis mil milhões de euros

Planos de gestão de regiões hidrográfi­cas estão a ser articulado­s com regiões espanholas

- Alfredo Maia amaia@jn.pt

O SECRETÁRIO de Estado do Ambiente disse ontem que Portugal vai dispor de seis mil milhões de euros, até 2020, para investimen­tos na área ambiental, designadam­ente na proteção dos recursos hídricos.

Falando, no Porto, na abertura da sessão pública sobre as questões significat­ivas da gestão da água na Região Hidrografi­a do Douro, Paulo Lemos destacou o objetivo de que 75% das massas de água do país se apresentem estado superior a “bom” até 2020.

Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, a percentage­m de massas de água in- teriores com aquela classifica­ção era de 51,54% em 2010.

Para alcançar aquele objetivo, é necessário apostar na eficiência das estações de tratamento de águas residuais, disse o governante, recordando que 40 aglomeraçõ­es urbanas estão a incumprir a diretiva europeia sobre a descarga de efluentes finais de ETAR no meio hídrico. Matosinhos, exemplific­ou, tem para pagar uma multa de quatro milhões de euros.

As descargas de esgotos urbanos, industriai­s e de instalaçõe­s pecuárias são uma das onze questões identifica­das pela Administra­ção da Região Hidrográfi­ca do Norte (ARHN) na preparação do plano de gestão da Região Hidrográfi­ca do Douro, que entrará em discussão pública no final de junho.

Com massas de água fronteiriç­as com problemas de qualidade, do elenco de questões ressalta também o problema das afluências de água em qualidade e em quantidade, que tem preocupado a ARHN.

Recorde-se que a ARHN chegou a apontar o risco de perda até 14% do caudal do Douro à chegada a Portugal (JN, 12/06/2012), que o último plano hidrológic­o espanhol para o Douro prevê um aumento da procura de água em 38,5% (JN, 30/03/2013) e adia para depois de 2027 o objetivo do bom estado em 56% das suas massas de água (JN, 13/04/2013).

Mas esse era um plano da primeira geração, “feito de costas voltadas”, disse Paulo Lemos”. Os novos, em preparação em Portugal e Espanha, beneficiam “de maior diálogo”, através de reuniões das entidades regionais e nacionais de cada rio partilhado, troca de informaçõe­s e acerto de critérios de classifica­ção, garantiu, secundado pelo administra­dor da ARHN, Pimenta Machado.

Para melhorar a informação, incluindo sobre os caudais reais afluentes de Espanha, a rede de monitoriza­ção de recursos hídricos, obsoleta (foi lançada em 1987), vai ser renovada, com um investimen­to de quatro milhões de euros, anunciou Paulo Lemos.

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ARQUIVO Plano de gestão do Douro entra em discussão em junho

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