Jornal de Notícias

CASA DO POVO,

EM GUIMARÃES, CONDENADA A INDEMNIZAR CRIANÇA ATROPELADA NO INFANTÁRIO

- Delfim Machado policia@jn.pt

A CASA do Povo de Serzedelo vai ter de pagar parte de uma indemnizaç­ão de 61 mil euros à família de uma criança, de sete anos, atropelada pela carrinha da instituiçã­o dentro do seu infantário.

O caso remonta a março de 2009. A criança estava a brincar na sala do infantário e saiu para o átrio porque a porta estava aberta. A educadora conversava com a mãe de outra criança e só se apercebeu da fuga quando ela foi atropelada pela carrinha da Casa do Povo, conduzida por um funcionári­o da instituiçã­o.

A criança, que hoje tem 13 anos, ficou com incapacida­de permanente parcial de 20 por cento.

Em primeira instância, o tribunal condenou a seguradora a pagar o total da indemnizaç­ão. A companhia apresentou recurso e, agora, o Tribunal da Relação de Guimarães deu-lhe razão. Entendem os juízes que a indemnizaç­ão deve ser repartida pela Casa do Povo, pois a falta de vigilância foi “a causa única das lesões”, uma vez que o contrato celebrado entre os pais e o infantário deveria assegurar a guarda, educação, ocupação e vigilância do menor.

O choque foi tal que a criança ainda hoje tem dificuldad­es em pegar em objetos. Segundo o tribunal, ficou “com o seu futuro comprometi­do em termos de opções profission­ais”, “sofre de tristeza” e ainda “pode vir a necessitar de se submeter a novas intervençõ­es cirúrgicas”.

Assim, a indemnizaç­ão de 61 mil euros divide-se em 50 mil euros para o menor e 11 mil para os pais, residentes em Vila Nova de Famalicão. Do valor total, a seguradora fica responsáve­l por pagar 14 mil euros (valor do capital seguro), ao passo que a Casa do Povo paga a maior fatia: 47 mil euros.

Recurso à vista

Francisco Gomes, presidente da Casa do Povo desde 2012, garantiu, ao JN, que a Direção vai recorrer da decisão para o Tribunal Constituci­onal. “Vamos interpor recurso porque nós não concordamo­s com este acórdão, não vislumbram­os motivo para sermos correspons­áveis”.

O diretor admite que não vai desistir, sob pena de “hipotecar o futuro da instituiçã­o” com o pagamento de 47 mil euros. Acrescenta, ainda, que o que se passou foi um acidente que “podia acontecer em qualquer outro sítio”.

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DELFIM MACHADO Acidente ocorreu no interior do infantário

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