Jornal de Notícias

Ação do Ministério Público contestada

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O MINISTÉRIO Público diz que a venda de um terreno à fábrica de conservas A Poveira “violou” o Regulament­o Municipal e lesou o erário público em mais de 324 mil euros. A Câmara da Póvoa de Varzim insiste na legalidade do negócio e vai contestar a acusação. PS, PSD e CDS-PP alertam: o “imbróglio” jurídico, que partiu de uma denúncia da CDU, “pode trazer prejuízos graves à conserveir­a”, que tem uma candidatur­a ao Promar para ampliação das instalaçõe­s.

“Os nossos juristas entendem que devemos apresentar contestaçã­o à pronúncia do Ministério Público (MP) e aguardar a decisão do tribunal”, afirmou o presidente da Câmara, Aires Pereira, frisando que o que está em causa é “apenas um procedimen­to administra­tivo”. Diz que “só em última instância” a Autarquia anulará o negócio, até porque isso teria implicaçõe­s na candidatur­a de “A Poveira” aos fundos comunitári­os.

“Há uma empresa que tem vontade de investir e criar postos de trabalho e nós vamos criar todos os entraves? Acho lamentável”, afirmou Jorge Serrano, do CDS-PP.

“Não acho que tenha havido má-fé. Foi talvez um pequeno pormenor que esca- pou, mas estão em causa coisas muito mais importante­s”, disse Elvira Ferreira, do PS.

A 24 de março de 2014, a Câmara decidiu, por unanimidad­e, vender à conserveir­a um lote no PIL por 58 875 euros (a 15 euros por metro quadrado, ou seja, menos 25 euros do que o previsto no regulament­o em vigor). Justificou a baixa de preço por ser um “gaveto” junto à atual fábrica que só tinha interesse para “A Poveira” e por se destinar à ampliação da fábrica.

A 15 de abril, a Assembleia Municipal ratificou a decisão. Os comunistas denunciara­m o caso ao MP. A conserveir­a não quis comentar o assunto.

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