Nem reforma do Estado a sério, nem banca forte
O GOVERNO falhou na prometida “reforma profunda” do Estado, lamenta a missão do FMI, no âmbito do exame anual do Artigo IV de 2015.
A declaração ontem divulgada, que precede a publicação do relatório completo daqui a algumas semanas, recupera a maior parte das críticas da primeira avaliação pósprograma (janeiro), sendo muito dura com Governo e autarquias, com empresários e banqueiros.
“Talvez seja preciso reexaminar algumas reformas do setor público. As reformas da administração fiscal e do sistema de saúde já produziram resultados concretos, mas as destinadas a melhorar a capacidade de resposta da administração às necessidades das sociedades e a fortalecer a disciplina nos pagamentos às entidades do setor público foram muito menos bem sucedidas, sobretudo ao nível autárquico”.
“Apenas uma reforma profunda do Estado poderá produzir resultados tangíveis no que respeita à melhoria do funcionamento da administração pública”, concluem os peritos do FMI.
Em relação aos bancos, a missão denota “baixa qualidade dos ativos” e “possíveis imparidades” (além das já reconhecidas) com a falência de empresas.
“O excesso de alavancagem das empresas ainda é um sério entrave ao investimento privado” e no centro desse furacão estão os bancos, que podem sofrer com o adiamento das reestruturações de dívida empresas.