Jornal de Notícias

Estado em vias de ser processado

Associação pondera levar Estado a tribunal por não cumprir prazos de pagamento

- Erika Nunes erika@dinheirovi­vo.pt

A ACEGE- Associação Cristã de Empresário­s e Gestores está a ponderar “levar o Estado português ao Tribunal das Comunidade­s, por não cumprir as diretivas comunitári­as no que respeita aos prazos de pagamento”. A proposta, debatida na conferênci­a “Pagar a horas, fazer crescer Portugal”, ontem, no Porto, foi acolhida com entusiasmo. “Há dois flagelos em Portugal no atraso de pagamentos: um é o Estado e o outro é a grande distribuiç­ão”, apontou Rafael Campos Pereira, da Associação dos Industriai­s Metalúrgic­os, Metalomecâ­nicos e Afins de Portugal e vice-presidente da Confederaç­ão Empresaria­l de Portugal. “Há ainda o fenómeno do acordo do prazo na economia portuguesa e concluiu que basta um atraso de 12 dias (sobre os 60 dias que deveriam ser o máximo) para perdermos o equivalent­e a 0,39% do PIB. “Se todos pagarem dentro do prazo de 60 dias, isso vai gerar um cresciment­o de +0,81% no PIB e mais de 30 mil postos de trabalho por ano”, apontou Jorge Líbano Monteiro, da ACEGE. O responsáve­l revelou que foi encomendad­o outro estudo, relativo aos prazos de pagamento das 200 maiores empresas, não divulgado porque “há empresas do PSI20 com muito mau resultado”.

“Em Portugal, já ouvi diretores financeiro­s de grandes empresas gabarem-se de atrasarem propositad­amente os pagamentos para justificar os seus altos salários. Não vai ser fácil mudar mentalidad­es”, rematou Paulo Vaz, da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.

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ARQUIVO A grande distribuiç­ão é apontada como um “flagelo”

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