Estado em vias de ser processado
Associação pondera levar Estado a tribunal por não cumprir prazos de pagamento
A ACEGE- Associação Cristã de Empresários e Gestores está a ponderar “levar o Estado português ao Tribunal das Comunidades, por não cumprir as diretivas comunitárias no que respeita aos prazos de pagamento”. A proposta, debatida na conferência “Pagar a horas, fazer crescer Portugal”, ontem, no Porto, foi acolhida com entusiasmo. “Há dois flagelos em Portugal no atraso de pagamentos: um é o Estado e o outro é a grande distribuição”, apontou Rafael Campos Pereira, da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal e vice-presidente da Confederação Empresarial de Portugal. “Há ainda o fenómeno do acordo do prazo na economia portuguesa e concluiu que basta um atraso de 12 dias (sobre os 60 dias que deveriam ser o máximo) para perdermos o equivalente a 0,39% do PIB. “Se todos pagarem dentro do prazo de 60 dias, isso vai gerar um crescimento de +0,81% no PIB e mais de 30 mil postos de trabalho por ano”, apontou Jorge Líbano Monteiro, da ACEGE. O responsável revelou que foi encomendado outro estudo, relativo aos prazos de pagamento das 200 maiores empresas, não divulgado porque “há empresas do PSI20 com muito mau resultado”.
“Em Portugal, já ouvi diretores financeiros de grandes empresas gabarem-se de atrasarem propositadamente os pagamentos para justificar os seus altos salários. Não vai ser fácil mudar mentalidades”, rematou Paulo Vaz, da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.