Jornal de Notícias

Israel conhece resultados na sexta-feira

Netanyahu admitiu o risco de perder eleições legislativ­as. Projeções apontam para empate

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Um ano depois de ter sido eleito, Netanyahu decidiu antecipar eleições. Liderou as sondagens até março, mas um congresso pode ter deitado tudo a perder. Ontem, as projeções apontavam para um empate.

Quase seis milhões de eleitores israelitas foram ontem chamados às urnas para decidirem se o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu continuari­a ou não na chefia do Governo depois de três mandatos consecutiv­os. Em mais de 10 mil assembleia­s de voto, cerca de 70% dos eleitores terão decidido dar um empate aos dois principais partidos – o Likud, de direita, e a União Sionista, coligação de centro-esquer- da. Netanyahu e Yitzhak Herzog ficariam, assim, com 27 deputados cada um, num universo de 120 dirigentes a eleger para o Knesset, o Parlamento israelita.

Pelo menos era esse o sentido das projeções avançadas ontem, pelo Channel 10, à hora de fecho desta edição. O Channel 2 apresentav­a uma ligeira nuance, dando vantagem de um deputado a favor do Likud e colocando em terceiro lugar a Lista Árabe Unida (coligação de três partidos), com 13 deputados. Seja como for, o presidente do Knesset assegurou que o resultado definitivo só será ser conhecido no final da semana.

Independen­temente disso, Benjamin Netanyahu afirmou ontem que “de maneira nenhuma haverá um governo de coligação nacional” em Israel após o resultado das eleições legislativ­as. Numa entrevista coletiva, o ainda primeiro-ministro rejeitou a possibilid­ade de integrar “um governo de coligação” com a União Sionista. “Não há nenhuma ponte que nos una”, frisou.

No fim do ano passado, nada faria supor que Netanyahu, líder do Likud, poderia não continuar a liderar o Governo. Este mês, um discurso contra o Irão no congresso norte-americano, a convite dos republican­os e contra a vontade de Obama, e uma campanha centrada na segurança, terlhe-á mudado o destino.

Ficou a ganhar Herzog, a quem ninguém, há uns meses, vaticinari­a um bom resultado, quanto mais a vitória. O líder do Partido Trabalhist­a coligou-se com Tzipi Livni, líder do Hatnua e ex-ministra de Netanyahu, e criou a União Sionista. Se vencer, ambos ocuparão o cargo de forma alternada. É esse o acordo.

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AFP Netanyahu pediu aos seus apoiantes para combaterem o voto da minoria árabe

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