Terroristas matam 18 turistas na Tunísia
Chacina em museu depois de repelido ataque ao Parlamento
Dezassete ou 18 turistas e um polícia morreram e 48 pessoas ficaram feridas, ontem, num ataque terrorista – ainda não reivindicado – no Museu do Bardo, na capital da Tunísia, Tunes, cujos autores foram abatidos.
Aparentemente, o ataque, levado a cabo cerca das 12.30 horas (11.30 em Portugal) por dois homens envergando uniformes militares e armados com espingardas automáticas Kalachnikov, dirigia-se ao Parlamento tunisino, onde os deputados se encontravam em reuniões de comissões, mas foi repelido por elementos da segurança do edifício.
Estranhando que os pretensos militares empunhassem armas não regulamentares, os guardas intercetaram-nos, desencadeando-se o tiroteio, enquanto os deputados e funcionários parlamentares eram concentrados num átrio interior e o Parlamento era evacuado.
Segundo alguns relatos, o comando terrorista ter-se-á refugiado de imediato no Museu Nacional do Bardo, uma das principais atrações de Tunes e situado junto do Parlamento. Segundo outros, aproveitou a chegada de um autocarro cheio de turistas atacando-os e perseguindo-os até ao interior do museu, onde tomou como reféns uma centena de visitantes de várias nacionalidades.
Pouco depois, a Polícia tinha cercado o museu. Cerca das 15.30 horas, uma operação de assalto e resgate pôs fim ao horror, mas o saldo – o mais pesado contra estrangeiros desde o atentado da al-Qaeda na ilha de Djerba em 2002 (21 mortos) – confirmava a chacina.
Segundo as agências internacionais, 17 turistas – japoneses, australianos, colombianos, australianos, franceses, polacos e espanhóis – e um polícia tinham morrido e havia dezenas de feridos. Citando um porta-voz do Ministério da Saúde, a edição digital da rádio Mosaïque FM indicava 18 turistas e um polícia e 48 feridos.
Àqueles, acresciam os dois autores do ataque, abatidos no assalto da força de elite, cujos nomes foram anunciados, à noite, pelo primeiro-ministro, Habib Essid: Yassine Abidi e Hatem Khachnaoui.
À hora a que encerrámos esta página, não havia notícia sobre a que organização pertenciam. Por volta da hora do fim do cerco, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, atribuíra o ataque ao autoproclamado Estado Islâmico. Mas hora e meia depois, a UE corrigiu a referência simplesmente para “organizações terroristas”.
De Portugal aos Estados Unidos, de Espanha às Nações Unidas, a condenação do ato foi generalizada. Num apelo à “unidade” perante o “ataque cobarde”, Habib Essid declarou guerra “a todos os níveis”.