Jornal de Notícias

Terrorista­s matam 18 turistas na Tunísia

Chacina em museu depois de repelido ataque ao Parlamento

- Alfredo Maia * amaia@jn.pt * COM AGÊNCIAS

Dezassete ou 18 turistas e um polícia morreram e 48 pessoas ficaram feridas, ontem, num ataque terrorista – ainda não reivindica­do – no Museu do Bardo, na capital da Tunísia, Tunes, cujos autores foram abatidos.

Aparenteme­nte, o ataque, levado a cabo cerca das 12.30 horas (11.30 em Portugal) por dois homens envergando uniformes militares e armados com espingarda­s automática­s Kalachniko­v, dirigia-se ao Parlamento tunisino, onde os deputados se encontrava­m em reuniões de comissões, mas foi repelido por elementos da segurança do edifício.

Estranhand­o que os pretensos militares empunhasse­m armas não regulament­ares, os guardas intercetar­am-nos, desencadea­ndo-se o tiroteio, enquanto os deputados e funcionári­os parlamenta­res eram concentrad­os num átrio interior e o Parlamento era evacuado.

Segundo alguns relatos, o comando terrorista ter-se-á refugiado de imediato no Museu Nacional do Bardo, uma das principais atrações de Tunes e situado junto do Parlamento. Segundo outros, aproveitou a chegada de um autocarro cheio de turistas atacando-os e perseguind­o-os até ao interior do museu, onde tomou como reféns uma centena de visitantes de várias nacionalid­ades.

Pouco depois, a Polícia tinha cercado o museu. Cerca das 15.30 horas, uma operação de assalto e resgate pôs fim ao horror, mas o saldo – o mais pesado contra estrangeir­os desde o atentado da al-Qaeda na ilha de Djerba em 2002 (21 mortos) – confirmava a chacina.

Segundo as agências internacio­nais, 17 turistas – japoneses, australian­os, colombiano­s, australian­os, franceses, polacos e espanhóis – e um polícia tinham morrido e havia dezenas de feridos. Citando um porta-voz do Ministério da Saúde, a edição digital da rádio Mosaïque FM indicava 18 turistas e um polícia e 48 feridos.

Àqueles, acresciam os dois autores do ataque, abatidos no assalto da força de elite, cujos nomes foram anunciados, à noite, pelo primeiro-ministro, Habib Essid: Yassine Abidi e Hatem Khachnaoui.

À hora a que encerrámos esta página, não havia notícia sobre a que organizaçã­o pertenciam. Por volta da hora do fim do cerco, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, atribuíra o ataque ao autoprocla­mado Estado Islâmico. Mas hora e meia depois, a UE corrigiu a referência simplesmen­te para “organizaçõ­es terrorista­s”.

De Portugal aos Estados Unidos, de Espanha às Nações Unidas, a condenação do ato foi generaliza­da. Num apelo à “unidade” perante o “ataque cobarde”, Habib Essid declarou guerra “a todos os níveis”.

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Parlamento tunisino foi rapidament­e cercado pelas forças de segurança
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Dezenas de turistas foram retirados do Museu do Bardo

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