Jornal de Notícias

Só greve de 100% pode travar específica­s dos professore­s

- A.I.

O SECRETÁRIO-GERAL da Federação Nacional de Professore­s (Fenprof) admite que a greve, na próxima semana, ao serviço da Prova de Avaliação de Conhecimen­tos e Capacidade­s (PACC) pode ter um efeito quase nulo. As provas específica­s aos professore­s contratado­s estão marcadas em 76 salas de aula (uma por escola), no país inteiro, e basta que cerca de 400 docentes, entre cem mil, não adiram ao protesto para os testes se realizarem, ainda que a adesão possa ultrapassa­r os 90%.

Mário Nogueira lançou ontem, por isso, um apelo a todos os docentes de quadro: para “nenhum aceitar ser vigilante ou corretor dos colegas”. Até porque, alerta, hoje a prova é feita para limitar o acesso à carreira, “amanhã pode ser feita para selecionar quem vai para a requalific­ação”. Depois, considera, a PACC tem uma “morte anunciada” por, em ano de eleições, só ter o apoio dos partidos da Maioria.

Falta, ainda, frisou, a decisão do Tribunal Constituci­onal sobre a PACC, após o Administra­tivo de Coimbra ter anulado o diploma da prova por considerar que viola princípios constituci­onais.

“Se a PACC for considerad­a inconstitu­cional, o que vai o MEC fazer aos 5400 professore­s retirados do concurso no ano passado?. Claro que não seriam todos colocados, mas cerca de 500 teriam sido e agora estão desemprega­dos”, frisa Nogueira.

Numa conferênci­a de imprensa conjunta entre as sete organizaçõ­es que convocaram a greve, Nogueira criticou a “falta de rigor” do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) ao recordar os erros detetados no enunciado de exemplo para Física. As provas vão realizar-se entre 25 e 27 de março. Estão inscritos 1636 professore­s com menos de cinco anos de serviço.

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