O eclipse do Sol em Portugal
Óculos para observar o fenómeno já estão esgotados nas duas lojas de astronomia portuguesas
Em Oiã, numa das duas únicas lojas portuguesas especializadas em astronomia, não há mãos a medir. Os avisos que lançou há meses não foram ouvidos e agora, à última hora, todos querem comprar óculos.
João Martins, 32 anos, um apaixonado pela astronomia e proprietário de uma das duas únicas lojas do país especializadas em material para esta ciência, vai passar o dia do eclipse numa escola, a ensinar alunos do primeiro ciclo a observar o fenómeno em segurança.
Será o culminar de uma quinzena de trabalho na BrightStar, a empresa de astronomia de Oiã, em Oliveira do Bairro, que vende equipamento e fabrica por encomenda peças para a indústria de astronomia, com destino aos EUA, Alemanha e Inglaterra.
Por estes dias, João Martins não tem tido mãos a medir: “A maioria das pessoas deixou para os últimos dias e agora é que fazem encomendas no site, a pedir óculos”. Indicação semelhante de rutura de stock vem da outra loja portuguesa, a Astrofoto, em Lisboa.
Os mails que João Martins enviou há meses para escolas e farmácias ficaram, quase na íntegra, sem resposta. Mas agora, os 400 óculos com lentes de polímero aluminado, que encomendou, estão praticamente esgotados. Esses e as folhas do mesmo material (menos conhecidas), a partir das quais se podem recortar lentes para óculos e para telescópios.
Adquirir estes óculos, que custam 4,50 euros, é essencial para ver em segurança, “porque filtram a intensidade da luz”, explica. As folhas do mesmo material ficam por 25 euros, mas dão para fazer 18 óculos.
Para quem não foi a tempo de comprar e guardou os do último eclipse, pode usá-los. Se comprou novos, não os deite fora: “Em 2017 e 2026 vai haver outros eclipses e os óculos também servem”.