Tem a certeza que quer comprar uma arma?
TEM CUNHO português uma campanha publicitária que pretende alertar a opinião pública norte-americana para os riscos associados ao uso de armas de fogo.
João Coutinho, diretor criativo da agência Grey, de Nova Iorque, foi um dos mentores da campanha original concebida para a organização não-governamental (ONG) States United to Prevent Gun Violence (Estados Unidos para Prevenir Violência das Armas).
A estratégia consistiu na abertura de uma loja fictícia de armas, em Manhattan, Nova Iorque. A cada interessado que entrava no estabelecimento para comprar uma arma com o propósito de se sentir mais seguro, o vendedor partilhava com o poten- cial cliente uma história real associada a cada objeto. Como a de uma criança de dois anos que estava no Walmart, abriu a bolsa da mãe, encontrou um revólver e atirou acidentalmente sobre a mãe, matando-a.
“A nossa ideia tem como alvo pessoas que querem comprar armas e acreditam que uma arma as torna mais seguras”, adiantou João Coutinho ao JN/Dinheiro Vivo. O objetivo é “fazê-las pensar duas vezes. São constantes as tragédias que envolvem armas, muitas vezes compradas para proteção”, acrescenta.
Das 100 armas disponíveis na loja, os compradores foram confrontados no momento da compra com as histórias envolvendo armas com as mesmas características. Como a história de “um miúdo de 5 anos que encontrou um revólver no quarto dos pais e matou o irmão bebé com nove meses ou a de Adam Lanza, que foi à coleção de armas da mãe e matou mais de 20 pessoas na escola, em Sandy Hook, Connecticut”, relatou o diretor criativo.
O efeito choque com a realidade teve um impacto profundo. “Mais de 65% saíram da loja sem querer mais comprar uma arma”, disse. Mas não em todos. “Havia outros que rebatiam sempre as histórias com argumentos de defesa das armas: as armas não matam, as pessoa sim”.
PORTUGUÊS JOÃO COUTINHO É O CRIATIVO POR DETRÁS DA CAMPANHA NOVA-IORQUINA