NOME DE SÓCRATES SEM LIGAÇÃO À SUÍÇA
Informações bancárias com novos dados, onde não consta o antigo primeiro-ministro Transferências de gestores do Grupo Lena
A informação bancária da Suíça, junta há um mês no processo da Operação Marquês, nunca menciona o nome de Sócrates. Este facto é alegado pela defesa como prova contra a tese do “testa de ferro”.
Nas informações referentes às contas dos mais de 23 milhões de euros, o nome do ex-primeiro-ministro não surge como beneficiário ou representante. Sem prova documental para sustentar a suspeita de que o dinheiro era de Sócrates e de que Carlos Santos Silva um homem de confiança que escondia a fortuna, o Ministério Público (MP) tem recorrido a indícios relativos à facilidade com que um dispunha do dinheiro do outro – que ambos alegam tratar-se de empréstimos.
Resultou das cartas rogatórias da Suíça que as contas do banco UBS estavam associadas a firmas “offshore” e eram controladas por Santos Silva e mais um indivíduo ligado às suas empresas. O dinheiro regressou a Portugal em 2005 (meio milhão de euros) e em 2010 (23 milhões), ao abrigo dos dois regimes excecionais de regularização tributária.
De acordo com informação recolhida pelo JN, a ausência de ligação do nome de Sócrates às contas também tem sido utilizada pelos advogados João Araújo e Pedro Delille para sustentar a posição de alheamento face aos montantes detidos por Santos Silva. Em caso de algum infortúnio por parte do amigo, Sócrates não teria qualquer hipótese de aceder ao “seu” dinheiro.
Quanto à proveniência dos milhões, o MP dá como assente que parte teve origem em dois administradores do Grupo Lena, António e Joaquim Barroca. A informação foi pedida em novembro de 2013, mas só há um mês chegou ao processo.
Este adiamento terá sido uma estratégia para que a investigação não chegasse ao conhecimento de Santos Silva, que foi administrador e trabalhava com o Grupo Lena. É que, na Suíça, antes da quebra de sigilo bancário, os
CONTAS ASSOCIADAS A “OFFSHORES” CONTROLADAS POR AMIGO DE SÓCRATES