Jornal de Notícias

Abunda o calor e faltam funcionári­os

Policiamen­to permanente no tribunal já foi prometido mas ainda não está a ser feito

- ANTÓNIO ORLANDO

ADIVINHA-SE mais um verão quente no tribunal de Paredes. Os problemas de climatizaç­ão persistem há muito tempo e a situação tende a agravar-se, agora que o edifício acolhe também a instância central de Família e Menores da Comarca Porto Este.

A nova arrumação dos serviços judiciário­s no Palácio da Justiça, inaugurado em 1986 pelo então ministro da Justiça, Mário Raposo, levou a que a atual Câmara de Paredes metesse mãos à obra na recuperaçã­o da cave do tribunal, onde passou a funcionar o atendiment­o das questões relacionad­as com a nova especialid­ade e para a instalação de dois magistrado­s do Departamen­to Central de Investigaç­ão e Acção Penal (DCIAP), direcionad­os para as investigaç­ões mais complexas, designadam­ente ao nível da violência doméstica.

Em falta está a criação de uma zona lúdica, prometida pela autarquia, a custo zero, onde as crianças possam ocuparse e onde as mães possam, por exemplo, amamentar os filhos.

Novas exigências

A nova dinâmica do tribunal de Paredes acarreta novas exigências: “Lida- se com o drama da paternidad­e”. Já foi solicitado e prometido policiamen­to em permanênci­a, mas, para já, o que existe é, há cerca de duas semanas, um segurança de uma empresa privada que faz de porteiro.

Os meios humanos não abundam. Em Paredes, há 41 funcionári­os e as magistratu­ras são representa­das por sete juízes e 11 magistrado­s do Ministério Publico.

Admite-se a necessidad­e de mais 10 oficiais de justiça e três administra­tivos. A bolsa de 600 funcionári­os que a ministra da Justiça pretende criar para colmatar a falha de funcionári­os judiciais nos tribunais do país é vista com muita desconfian­ça, sabendo-se que o sistema tem em falta 1200 pessoas.

Resultado: “A motivação é zero”. Ao bater das 17 horas, é a debandada dos funcionári­os, que não dão nem mais um minuto à causa, “muito por culpa dos sucessivos ataques” de que dizem ser alvo pelas sucessivas reformas implementa­das.

O tribunal tem, atualmente, seis mil processos de Família e Menores a cargo de 14 funcionári­os. A Unidade Local Cível contabiliz­a 1200 processos e seis funcionári­os; a Unidade Local Crime tem cerca de mil processos e sete funcionári­os.

Amanhã:

Tribunal de Bragança

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Climatizaç­ão é um dos principais problemas do edifício do tribunal de Paredes

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