Jornal de Notícias

CÂMARA NÃO CEDE E A FEIRA FICA SEM CARROSSÉIS

Aveiro Empresário­s em guerra pela Feira de Março, que abre dia 25 Portas partidas, bilheteira­s viradas e entradas no recinto bloqueadas

- Salomé Filipe locais@jn.pt

A Câmara de Aveiro não aceita baixar os preços dos espaços dos carrosséis e os empresário­s recusam montar os equipament­os se a autarquia não ceder. Ontem, o dia foi marcado por confrontos violentos.

Estilhaços de vidros de duas portas e sangue pelo chão, bilheteira­s tombadas, um petardo explodido e parte da vedação do Parque de Feiras e Exposições de Aveiro rebentada. Foi este o resultado do protesto levado a cabo, ontem de manhã, pelos empresário­s do setor da diversão, que se mantêm contra o aumento dos preços dos lugares dos carrosséis, na edição deste ano da Feira de Março, que tem início agendado para a próxima semana, dia 25. Como a Autarquia não baixa os preços, “20% mais altos do que os do ano passado” – dizem os empresário­s – os donos dos carrosséis garantem que não vão montar os divertimen­tos no recinto.

O braço de ferro entre os feirantes e a Câmara continua, mesmo após uma reunião, ao início da tarde, que juntou Ribau Esteves, presidente do município, e Luís Fernandes, da Associação das Empresas de Diversão (APED). “O presidente diz que não faz descontos porque gastou muito dinheiro no cartaz e que nos aumentou por isso. Apenas garante que vai tentar que todos os empresário­s que estiveram na feira no ano passado tenham lugar este ano”, anunciou Luís Fernandes, à porta dos Paços do Concelho, após a reunião .

“Não há feira para ninguém. Ele que a faça com os dois carrosséis que estão lá dentro”, ouvia-se gritar um feirante, por entre uma onda de protestos.

“Fomos provocados”

Os empresário­s alegam que os ânimos aqueceram, da parte da manhã, porque foram provocados pelo administra­dor da empresa municipal Aveiro-Expo, que tem liderado as negociaçõe­s dos divertimen­tos e do qual os feirantes pedem a demissão. “Passou por nós todo emproado. Um colega nosso foi perguntar se não íamos resolver as coisas e ele disse-nos que nós não somos homens de coragem e que quem tem coragem são os dois que já montaram os carrosséis no recinto. Causou o caos”, contou, ao JN, José Tagaio, empresário.

“Já paguei 11 500 euros”

No parque, neste momento, há apenas dois divertimen­tos montados e os restantes empresário­s exigem que sejam desmontado­s. “O administra­dor prometeu-me que eu ia ser o único com um divertimen­to igual ao meu. Paguei 11 500 euros, metade do valor que me exigiu, já levantou o dinheiro e, esta noite, entrou no recinto um divertimen­to igualzinho ao meu e eu estou lá fora”, lamentava, também, Fernando Tavares. Aos jornalista­s, a Câmara Municipal recusou-se a comentar a situação.

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1. Feirante ficou ferido no meio dos confrontos ao início do dia 2. PSP foi obrigada a intervir para acalmar os ânimos dos empresário­s 3. Portas do edifício central do parque foram partidas pelos manifestan­tes

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