Protestos marcam inauguração do BCE
Nova sede do banco, que custou mais de mil milhões, foi o alvo dos antiausteridade
FRANKFURT foi ontem palco de duas manifestações com milhares de pessoas, uma de manhã e outra à tarde, no dia da inauguração da nova sede do Banco Central Europeu (BCE), que custou 1,3 mil milhões de euros.
A primeira manifestação, organizada pelo Blockupy, um movimento europeu antiausteridade e anticapitalismo, iniciou- se logo de madrugada, mas acabou com centenas de detidos, bem como com dezenas de feridos, entre polícias e manifestantes.
Apesar de os confrontos não terem estado previstos, um porta- voz do movimento, Ulrich Wilken, admitiu “compreender” a fúria das pessoas com as “políticas de empobrecimento” impostas pelos governos dos países mais afetados pela crise.
Esquerda unida
À tarde, eram esperadas cerca de 10 mil pessoas, numa ação liderada pelo movimento antiglobalização Attac, mas na qual participaram também sindicatos e representantes dos partidos de esquerda de vários países europeus , como o grego Syriza e o espanhol Podemos.
O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, considerou ontem injusto criticar o BCE como principal autor da política de austerida- de na Europa, depois dos confrontos entre a polícia e manifestantes junto da nova sede da instituição.
“A nossa ação tem visado precisamente amortecer os choques sofridos pela economia. Mas como banco central de toda a Zona Euro, devemos ouvir com muita atenção o que todos os nossos cidadãos dizem”, acrescentou.
O novo edifício é composto por duas torres de 185 metros de altura e custou 1,3 mil milhões de euros, um montante que indignou o movimento Blockupy e o levou a organizar o protesto.