IPO do Porto comemora Dia da Esperança
de vivermos “numa sociedade tão consumista”, em que se discrimina “o tempo para estar triste”. “Isso é errado. Estar triste é tão natural como estar feliz”, sublinha. Outra chave para a felicidade, acrescenta, é “cultivar mais relações interpessoais profundas e duradouras”, porque “na emoção do outro conhecemos melhor a nossa”.
Miguel Ricou salienta, por outro lado, que desde cedo se deve fomentar “uma educação emocional para um maior conhecimento interior” contra as intempéries da vida.
Dirceu Graça, assistente social há 32 anos, conhece casos reais “de desespero na sociedade, de pessoas que devido à crise, perderam tudo”, de “jovens pouco motivados”. Muito do descontentamento geral deve-se, em sua opinião, à desvalorização do fator “trabalho” em Portugal e “só um investimento forte na educação aumentará a proximidade social em detrimento da competitividade”.
Para Diana Crespo, educadora de infância, é na infância que “devemos aprender a praticar a felicidade”. De valorizar, sublinha, são as atividades entre pais e filhos, para estimular a diversão, a comunicação e a partilha de afetos. Da parte do Estado, são precisas mais medidas de apoio ao bem-estar, como o fomento de “atividades artísticas e de desenvolvimento social”. OS ENSAIOS CLÍNICOS são o tema do Dia da Esperança, que hoje se assinala no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto. A iniciativa juntará doentes, médicos e figuras públicas, como Miguel Guedes, Miguel Vieira, Sónia Araújo e Carla Ascensão. Os doentes receberão um kit de esperança.