Crianças traficadas para trabalhar em Portugal
SEF deteta mais um caso a partir de Angola. É o quinto em pouco mais de um ano.
DUAS CRIANÇAS que estavam a ser forçadas a trabalhos domésticos, em casas da Amadora, foram libertadas pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Tinham sido traficadas a partir de Angola. Pelo menos dois a três adultos foram constituídos arguidos, tráfico e falsificação de documentos. Mas haverá outros crimes em causa, como maus-tratos de menores e auxílio à imigração ilegal.
No entanto, soube o JN, decorrem diligências, por parte do SEF, para verificar se o tráfico destas crianças está ou não associado a mais quatro casos de tráfico ocorridos no ano passado, no Porto e em Lisboa, e detetados pela mesma estrutura policial nos respetivos aeroportos.
As duas crianças da Amadora foram detetadas a partir de uma escola que elas frequentada. Os menores, soube o JN, tinham chegado a Portugal em setembro do ano passado e teriam passado a fronteira com adultos, com falsificação de documentos e de autorizações que só poderiam ser passadas pelos progenitores.
A prioridade das autoridades foi retirar as crianças aos indivíduos que as retinham, encontrando-se agora em instituições estatais.
Foram realizadas duas buscas domiciliárias, onde foram encontradas provas dos crimes praticados.
É o quinto caso no espaço de pouco mais de um ano de tráfico de crianças a partir de Angola. Mas as situações anteriores geraram também uma resposta da autoridades portuguesas e angolanas.
A cooperação entre o SEF e a polícia criminal angolana levou a que elementos do SEF se deslocassem para Angola, onde trabalharam em colaboração com a polícia local, no âmbito dos quatro inquéritos que correm no DCIAP, segundo soube o JN. Também responsáveis angolanos estiveram em Portugal para acertar estratégias.
Muita da prova recolhida em Angola foi junta aos inquéritos a decorrer em Portugal, onde há cinco indivíduos em prisão preventiva e constituídos onze arguidos.