Amigo na cadeia
A Relação de Lisboa também negou provimento ao recurso de Carlos Santos Silva, o empresário amigo de Sócrates. Os fundamentos serão coincidentes com os do caso do ex-primeiro-ministro: fortes indícios de crimes e perigo de perturbação do inquérito.
Supremo dá negativa
O Supremo Tribunal de Justiça rejeitou o pedido de libertação imediata apresentado pelos advogados de José Sócrates, que alegavam incompetência material do juiz Carlos Alexandre e do procurador Rosário Teixeira para o inquérito, que deveria estar no Supremo.
Suspeitas de 2005 a 2011
A defesa de José Sócrates insurge-se contra o facto de o Ministério Público só recentemente ter situado, agora, os crimes de corrupção entre 2005 e 2011. ficaria espantado com “tanto dinheiro emprestado, mas afinal sem intenção de pagar” e que Sócrates é um “potencial insolvente”.
Em comunicado ontem emitido, a defesa de Sócrates reagiu ao uso destes termos. Dizem os advogados que a decisão é “exemplo do assustador desprezo por valores e princípios elementares do Estado de direito” e que sobressai dela a “ameaçadora voz do moralismo e da polícia de costumes, como sinal de uma nova justiça que faz jubilar o pseudojornalismo dos tabloides, mas que o direito democrático dos países civilizados há muito havia condenado”.
Araújo e Delille sublinham ainda que não é imputado a Sócrates “nem um só facto ou ato concreto” que “possa, ainda que indiciariamente, configurar qualquer tipo de crime, desde logo os infamantes crimes de corrupção, fraude fiscal ou tráfico de influências”. Por último, garantem que vão impugnar as decisões.