Um exemplo no associativismo
Quem não conhecia, na freguesia de Paranhos, Alfredo Campos, democrata e homem de esquerda que desde muito cedo, no Salgueiros, clube do seu coração, se tornou praticante de atletismo, e que, como a correr não podia parar, nunca parou. De facto, após dedicar alguns anos ao Grupo Desportivo e Recreativo local, onde, pelos seus préstimos, foi elevado à categoria de sócio honorário, veio a impulsionar a criação da Associação de Ocupação Sadia do Lazer, cujos fundamentos assentam nos serviços de índole social e cultural para a realização de espetáculos junto de idosos e jovens. Colaborou com várias entidades culturais, mas foi Paranhos a freguesia da sua predileção. Incansável, chegava a fazer diretas do trabalho sem ver o domicílio. Coisa rara nestes tempos. Por fim, o homem do associativismo parou. Tombou quando ia servir a comunidade e as instituições. À mistura com um lamento, fica a recordação dos momentos passados e da generosidade de alguém que, discreto, nada quis reclamar para si. A freguesia bem pode, em sua homenagem, propor que seja atribuído o seu nome a um local público. Nos tempos difíceis que correm, esta seria uma lufada de ar fresco em memória de quem praticou o bem.