“Colmeias” na mira de fiscalização por parte da Autarquia
A CÂMARA do Porto “já desencadeou processos de fiscalização” das casas situadas na Rua de Álvares Cabral que foram alvo de reportagem publicada na edição de ontem do JN, garantiu fonte oficial. Do gabinete de Rui Moreira, foi dito que a diligência da Autarquia surgiu na sequência do trabalho do JN.
Situemos os leitores: a reportagem centrava-se em duas casas antigas daquela artéria do centro da cidade que foram subdivididas em minúsculos alojamentos para arrendamento temporário. Num desses imóveis, há mais de 30 “apartamentos” que, ao todo, devem servir de teto a cerca de 70 pessoas. Nas traseiras do edifício, uma autocaravana degradada tem sido a casa de uma mulher doente que divide o espaço com ratos.
Esse é o palacete que em tempos albergou a empresa Regisconta. Mas outra casa conta mais histórias que es- tão escondidas, como a de um casal que vive em parte de uma cave, sem luz exterior nem ventilação. Alguns inquilinos, devido a incumprimento no pagamento da renda, já viram a eletricidade e a água ser-lhes cortadas.
Os edifícios são propriedade de uma empresa de arrendamentos que repudia as acusações feitas. Com mais de 20 anos no mercado, apresenta soluções “para pessoas que, por condições de vida ou de trabalho, precisam de uma solução temporária”, diz fonte da empresa.
“Algo absolutamente degradante” foi como António Fonseca, presidente da União de Freguesias do Centro Histórico, classificou o que viu, ao acompanhar a reportagem do JN.
CARAVANA DEGRADADA TEM SIDO A CASA DE UMA MULHER DOENTE