Dois amigos feridos em rebentamento de petardo
Um dos jovens sofreu amputação de três dedos. Ambos ficaram internados no Hospital S. Sebastião
DOIS JOVENS, de 14 e 16 anos, sofreram ferimentos após o rebentamento de um petardo no bairro social de Milheirós de Poiares, Santa Maria da Feira, na noite de anteontem. Um deles sofreu amputação de três dedos. A GNR identificou o dono do petardo, objeto de posse e venda ilegal e que terá sido adquirido em Braga.
De olhar fixo na entrada do n.o 444 e na estátua da Nossa Senhora de Fátima e os três pastorinhos sobre o parapeito da porta, a vizinhança fala em “milagre” por os jovens terem escapado a uma situação que poderia ter tido consequências bem mais graves.
O petardo, cuja potência rebentou com vidros e caixilharia e deixou marcas profundas numa porta de metal, tinha sido transportado, segundos antes, no bolso do rapaz mais novo, que decidiu colocá-lo em cima da caixa de correio enquanto conversava com o amigo.
Passavam poucos minutos das 21 horas quando o jovem de 14 anos decidiu ir à mala do carro do irmão e de lá retirar um petardo com cerca de cinco centímetros de comprimento. O explosivo, adquirido para os festejos da Passagem de Ano, tinha sido ali deixado por esquecimento.
Com o petardo, o rapaz juntou-se a um colega de 16 anos para tentar rebentá-lo. “Contaram-me que o miúdo [de 14 anos] foi buscar o petardo ao carro e deitaram-no a uma fogueira, mas não explodiu”, explicou Maria Clara Rocha, mãe do rapaz mais velho.
Sem conseguir rebentar o petardo, a dupla de amigos deslocou-se para a entrada dos apartamentos, tendo o mais novo colocado o explosivo dentro do bolso, pensando que o engenho não funcionava. Minutos depois, colocou o petardo sobre as caixas de correio. Enquanto conversavam, deu-se o rebentamento inesperado que atingiu os jovens.
“Ficou a ouvir muito mal”
O rapaz de 14 anos, que se encontrava próximo do petardo, sofreu ferimentos graves, com a amputação parcial de três dedos da mão esquerda e ferimentos na outra. Já o amigo, que estava a cerca de um metro de distância sofreu pequenas escoriações e lesões auditivas.
“Vamos levá-lo para o hospital, porque ficou a ouvir muito mal”, explicou, na manhã de ontem, a mãe do jovem, que acabou por ficar internado no Hospital S. Sebastião, na Feira, onde já se encontrava também o ferido mais grave do incidente.